Uma casa mais acessível dá condições de alcance e utilização de espaços, mobiliários e equipamentos, com segurança e autonomia, a qualquer pessoa com mobilidade reduzida. E, ao contrário do que se pode imaginar em um primeiro momento, a mobilidade reduzida não se refere apenas a pessoas que necessitam usar cadeiras de rodas. À medida que envelhecemos, a visão pode ficar mais “embaçada”, a sensibilidade ao toque diminui, assim como a escuta. Podemos perder força muscular, o que dificulta ações até então simples, como sentar, levantar e caminhar, ou perder noção de espaço e diminuição da velocidade de reação.
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde, um a cada três indivíduos com mais de 65 anos sofre uma queda anualmente. De acordo com os dados, para cada 20 idosos que caíram, ao menos um sofreu uma fratura ou necessitou de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos ou mais, 40% caem anualmente. Por isso, ter uma casa mais acessível é uma necessidade que, mais cedo ou mais tarde, todos teremos.
Como nem sempre dá para mudar de casa à medida em que a idade avança, saiba que é possível utilizar acessórios, tecnologias e móveis para adaptar o lar para um ambiente mais seguro e funcional, sem abrir mão da beleza e do estilo. Confira a seguir sete dicas do site Guia de Rodas.
1. Evite tapetes para uma casa mais acessível
As rodas das cadeiras podem enroscar nos tapetes, assim como os idosos podem tropeçar nesse tipo de acessório de decoração. As mantas nos sofás, que vão até o chão, não são recomendadas pelo mesmo motivo.
2. Mobiliários, equipamentos, acessórios e itens decorativos
Qualquer obstáculo no espaço de circulação deve ser evitado. Portanto, nada de mesas de centro e objetos decorativos que ficam no chão.
As mesas com pés em “x” dificultam a entrada do cadeirante. As mesas redondas e com pé único e central, por sua vez, não têm quinas e, portanto, permitem mais conforto.
Para os cadeirantes, a largura das portas é outro item essencial. Para que eles possam circular livremente, os vãos das portas devem ser iguais ou maiores a 80 cm. Além disso, utilize maçanetas de alavanca, que facilitam a abertura das portas. No banheiro, é importante saber que a cadeira de rodas demanda uma área de 1,20 x 1,50 m para girar 180 graus. Optar por cortina no box pode facilitar o acesso ao chuveiro, enquanto torneiras de monocomando ajudam as pessoas com menos força e sensibilidade. Ainda no banheiro, e demais áreas molhadas, cuidado com pisos escorregadios.
As máquinas de lavar roupa, para cadeirantes, devem ser as que têm a porta e os comandos frontais. Tomadas também devem ter uma altura diferenciada – entre 40 cm e 1 m do chão – assim como interruptores e campainhas – entre 60 cm e 1 m.
3. Uma casa mais acessível tem cada coisa em seu lugar
Mantenha a casa arrumada. Todos da casa devem manter a casa em ordem, pois qualquer objeto fora do lugar pode ser tornar um obstáculo ou provocar um acidente, como mochilas e sacolas colocados em sofás ou calçados espalhados pelo chão.
4. Hábitos simples na rotina diária
Derrubou, pegue. Molhou, seque. Tirou do lugar, devolva. Simples assim. Esses simples hábitos, além de uma boa iluminação na casa, evitam acidentes e reforçam a segurança.
5. Nem alto, nem baixo. Ao alcance das mãos
Armários muito altos dificultam o acesso de pessoas baixas, cadeirantes ou de idosos. Os móveis baixos exigem que as pessoas se abaixem e se estiquem para pegar alguns objetos. Planeje com antecedência como os móveis serão produzidos para que fiquem com uma altura acessível ou guarde as coisas onde possa alcançar com facilidade. Quedas de cadeiras ou escadas improvisadas são tipos de acidentes domésticos bastante recorrentes.
6. Use e abuse da tecnologia para uma casa mais acessível
Felizmente a tecnologia, a cada dia, torna a vida de milhares de pessoas mais confortável com acessórios que facilitam o dia a dia.
As luzes com sensores de presença, por exemplo, ajudam a locomoção noturna, sem que a pessoa tenha que procurar pelos interruptores. Da mesma forma, torneiras acionadas por botão e por sensores facilitam o uso a todos. No celular, é possível ativar um botão de emergência para que a pessoa possa pedir ajuda de forma rápida, com apenas um clique no aparelho.
7. Barras de apoio
As barras são essenciais nas residências de pessoas com mobilidade reduzida. Mas para que desempenhem corretamente seu papel, devem ser muito bem fixadas nos banheiros, na altura correta e devem passar por constante manutenção. Barras horizontais devem ser instaladas ao lado do vaso sanitário) e dentro do box para apoio e transferência (no caso de cadeirantes).
Mesmo que você ainda não precise desse acessório ou de qualquer outra adaptação de acessibilidade, é bom deixar o tema no radar da sua próxima reforma. Para projetos que envolvam construções, consulte um engenheiro ou arquiteto, para que estes sigam o Art.58 da Lei Brasileira de Inclusão – LB. Vale até mesmo avaliar as condições de moradia dos familiares próximos que têm mais idade e, se for o caso, com aquele jeitinho todo especial, sugerir algumas adaptações.
Siga essas dicas para deixar a sua casa mais acessível e protejer quem você mais ama. Seu lar se torna ainda mais aconchegante quando a segurança é uma prioridade.
