Adquirir um imóvel é uma grande conquista e um compromisso financeiro de longo prazo. Diante disso, é comum que, após essa decisão, muitas pessoas direcionem a maior parte de sua renda para as parcelas do financiamento, deixando de lado a criação de uma reserva de emergência. No entanto, mesmo com o financiamento em andamento, guardar dinheiro é crucial para lidar com imprevistos. Veja a seguir algumas orientações práticas e estratégias para você conseguir equilibrar as finanças.
A importância da reserva de emergência

Esse é aquele dinheiro para ser usado para momentos de necessidade. Portanto, diferentemente de outros investimentos de longo prazo, ele precisa estar facilmente acessível. A falta dessa reserva pode forçar você a recorrer a empréstimos com juros altos ou, em casos extremos, a se desfazer de bens para cobrir despesas inesperadas.
Para quem está pagando um imóvel, essa reserva é ainda mais importante, pois garante que as parcelas do financiamento não serão atrasadas, evitando juros, multas ou, em situações mais graves, a perda do bem.
O tamanho ideal da reserva

O valor recomendável a ser guardado é o equivalente a 6 a 12 meses do seu custo de vida mensal. Ou seja, se você tem um emprego fixo e é o único provedor da casa, uma reserva de 6 meses pode ser suficiente. Já se você é autônomo, tem renda variável ou é o único provedor, é mais seguro ter um valor que cubra de 8 a 12 meses.
Exemplo: Se seu custo de vida mensal (incluindo a parcela do financiamento, contas, alimentação, transporte etc.) é de R$ 5 mil, sua reserva deve ser de R$ 30 mil (para 6 meses) a R$ 60 mil (para 12 meses).
Como construir a reserva de emergência pagando o imóvel?

Se você ainda não tem uma reserva, comece agora mesmo, por menor que seja o valor. O segredo está em consistência e disciplina. Para isso, siga algumas dicas:
- Estabeleça uma meta de porcentagem do seu salário para a reserva. Algo entre 5% e 10% pode ser um bom começo, dependendo da sua renda e dos seus gastos.
- Automatize transferência do seu pagamento para o seu fundo de reserva. Assim, você garante que o dinheiro será guardado antes mesmo de você ter a chance de gastá-lo.
- Analise seus gastos e identifique áreas onde pode economizar. Pode ser, por exemplo, a assinatura de um serviço de streaming que você não usa tanto ou aquele pedido de delivery semanal. Cada pequena economia conta e pode ser direcionada para a sua reserva.
Onde investir a reserva de emergência?

A reserva de emergência não deve ser investida em produtos com alta volatilidade, como ações, nem em investimentos com liquidez baixa, como imóveis e CDBs de longo prazo. O ideal é que o seu dinheiro esteja em um lugar seguro e que possa ser resgatado a qualquer momento.
Aqui estão algumas opções de investimento com liquidez diária e baixo risco:
- Tesouro Selic: título público de baixo risco, que acompanha a taxa básica de juros (Selic). É uma das opções mais seguras para a reserva de emergência.
- CDB (Certificado de Depósito Bancário): existem CDBs de liquidez diária, que permitem resgate a qualquer momento.
- Fundos DI: são fundos de investimento que investem em títulos de renda fixa atrelados à taxa DI (Certificados de Depósito Interbancário), que é muito próxima à Selic.
- Poupança: embora não tenha o melhor rendimento, é uma opção bastante segura, sem riscos de perdas.
Lembre-se de que o principal objetivo da reserva de emergência não é gerar altos retornos, mas sim estar disponível quando você precisar.
Equilíbrio financeiro é a chave
Pagar a parcela do seu imóvel e construir uma reserva de emergência não são objetivos contraditórios, mas sim complementares. Em resumo, ter uma reserva garante a sua tranquilidade e segurança financeira, permitindo que você aproveite a sua nova casa sem a preocupação de que um imprevisto possa colocar tudo a perder.