Quem nunca recorreu a uma solução improvisada, um “jeitinho brasileiro” para resolver um problema doméstico? As gambiarras fazem parte da nossa cultura e estão presentes em quase todo lar, misturando criatividade, economia e, por vezes, um grande risco. Mas existe uma boa gambiarra brasileira? Vamos relembrar algumas das mais populares, separando o que é criativo e funcional do que pode causar acidentes e deve ser abandonado imediatamente!

O fio da meada: eletricidade não combina com gambiarra brasileira

Uma gambiarra brasileira com cabos e fios emaranhados e uma extensão elétrica improvisada
Foto: New Africa/ Shutterstock

Quando o assunto é eletricidade, improvisar é, sem dúvida, a atitude mais perigosa que existe. Infelizmente, as gambiarras elétricas são as mais comuns e também as principais responsáveis por curtos-circuitos e incêndios.

Adaptadores e multiplicadores em excesso

Instalação de adaptadores e multiplicadores em excesso em tomadas elétricas, mostrando a conexão de cabos na parede.
Foto: joserpizarro/ Shutterstock

O uso de adaptadores e benjamins em cascata provoca sobrecarga na tomada e na fiação, podendo derreter o plástico e causar fogo.

  • O que fazer: Instale réguas de energia certificadas ou chame um eletricista para adicionar novas tomadas, dimensionando corretamente a carga.

Emendas elétricas arriscadas

Sala de estar com vários cabos de extensão com uso excessivo, acumulados no piso e ligados a uma régua de tomada, evidenciando o uso excessivo de extensões elétricas em ambiente de casa.
Imagem gerada digitalmente

Emendas de fios com fita isolante de baixa qualidade ou conexões sem conector adequado. A fita que não oferece isolamento adequado, pode se soltar expondo os condutores. Nesse caso, todo cuidado é pouco!

  • O que fazer: Use conectores de torção (do tipo wire nut) ou bornes e reforce com fita isolante de boa qualidade. Idealmente, refaça a instalação.

Ponte nas tomadas

Eletricista trocando tomadas na cozinha, realizando manutenção elétrica com multímetro e ferramentas
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Fazer uma ponte nas tomadas (ligação terra improvisada ou ausente) anula a segurança do sistema. O pino terra é essencial para desviar descargas elétricas e evitar choques.

  • O que fazer: Exija que o eletricista instale aterramento (padrão 3 pinos) em todas as tomadas, conforme a norma NBR 5410.

Lição: Em casa, a eletricidade não é hobby. Chame um eletricista profissional para qualquer alteração de fiação. Ou seja, isso é um investimento em segurança.

Do lado bom da força

Nichos de concreto moderna em uma decoração de cozinha e sala de estar, com design minimalista
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Nem toda solução improvisada é sinônimo de perigo. Algumas gambiarras são verdadeiras demonstrações de criatividade e sustentabilidade.

1. Estantes de alvenaria e nichos 

  • Gambiarra: Construir estantes, nichos e bancadas fixas usando blocos de concreto e acabamento com argamassa ou porcelanato, em vez de comprar móveis caros.
  • Por que é positiva: É extremamente durável, não atrai cupins e, quando bem acabada, se integra perfeitamente ao design do ambiente. É uma solução robusta e econômica.
  • A evolução: As estantes de alvenaria ganharam requinte e hoje são vistas em projetos de arquitetura de alto padrão.

2. Potes e embalagens de reuso 

Organização de geladeira com potes reutilizados para armazenamento de alimentos
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  • Gambiarra: Guardar feijão em pote de sorvete, temperos em potes de geléia e usar baldes de tinta para guardar ferramentas.
  • Por que é positiva: É a essência do reaproveitamento. Portanto, reduz o lixo, economiza dinheiro em recipientes de armazenamento e nos ensina a olhar para o que já temos em casa com um novo propósito.
  • O upgrade: A organização moderna preza pela transparência e etiquetagem, mas o princípio de reutilização é o mesmo.

3. Bombril na antena é uma clássica gambiarra brasieira (mas cuidado!)

Gambiarra brasileira de antena usando palha de aço instalada no ambiente doméstico, uma solução criativa e improvisada para melhorar o sinal de TV.
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  • Gambiarra: Colocar um pedaço de palha de aço ou papel alumínio na ponta da antena de TV para melhorar o sinal.
  • Por que é curiosa: O metal agia como um extensor primitivo da área de captação da antena, ajudando a “pegar” melhor as ondas eletromagnéticas.
  • O que fazer agora: Com a TV digital, o ideal é investir em antenas UHF modernas e externas para um sinal limpo e estável. Essa é uma gambiarra que evoluiu para a tecnologia!

O que precisa ficar para trás

Algumas “soluções” de manutenção trazem mais dor de cabeça e gastos futuros do que solução. Portanto, deixe para trás:

Remendo de vazamento com fita adesiva ou durepox

Remendado com fita adesiva na parede, apresentando reparo improvisado
Imagem gerada digitalmente

É uma solução temporária para um problema que exige reparo na tubulação. Vai estourar em breve e causar um estrago maior.

  • O que fazer no lugar: Identificar a origem do vazamento e substituir o trecho danificado.

Corda no lugar de chave/fechadura

Pessoa segurando uma chave e um cilindro de fechadura para trancar uma porta de metal, ilustrando segurança e controle de acesso.
Foto: Andrey Popov/ Shutterstock

Nunca é seguro! Além de anular a segurança, pode falhar e prender alguém.

  • O que fazer no lugar: Chamar um chaveiro ou marceneiro para consertar ou substituir a fechadura e as dobradiças danificadas.

Apoiar o pé da mesa com livro/papel dobrado

Gambiarra pé de mesa improvisada usando um livro e um pé de metal
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É instável, estraga o piso e é esteticamente ruim.

  • O que fazer no lugar: Usar calços niveladores de borracha ou feltro, ou consertar a estrutura da mesa ou cadeira.

A arte do jeitinho sem correr risco

As gambiarras brasileiras são um testemunho da nossa inventividade e adaptabilidade. No entanto, a linha entre a criatividade e a irresponsabilidade é tênue. A mensagem final é clara: se a gambiarra envolve eletricidade, encanamento sob pressão ou segurança estrutural, abandone-a!

Onde a gambiarra brasileira pode reinar é no reuso criativo, na organização e em pequenas soluções que não comprometam a segurança da sua família e do seu patrimônio. Mantenha o “jeitinho”, mas sempre com responsabilidade!