Imagine você ter que lidar com mais de dez tipos de tomadas em sua casa? Pois, caso não se lembre, essa era a realidade do País, antes da NBR 14136 estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Existiam 12 tipos de plugues e oito tipos de tomadas, o que resultava em uma grande confusão ainda mais agravada quando se comprava algum produto importado. A necessidade de usar diversos adaptadores aumentava o risco de acidentes, como sobrecarga da rede elétrica, choques, incêndios e até mesmo acidentes fatais.

O que é a NBR 14136?

NBR 14136
Foto: rocharibeiro/ Shutterstock

A NBR 14136 é uma norma criada para padronizar plugues e tomadas no Brasil com o objetivo de trazer mais segurança ao consumidor. O padrão existe desde 1998, mas não era uma exigência do Inmetro. O órgão só começou a regularizar seu uso em 2000. Depois disso, levou mais alguns anos para que o novo padrão fosse amplamente adotado e para que finalmente fosse proibida a venda de tomadas com qualquer outra configuração que não siga a Norma.

Por que um terceiro pino?

Com o padrão definido pela NBR 14136, hoje apenas dois tipos de plugues são permitidos: o de 10 amperes (10A) e o de 20 amperes (20A). Dentro desse padrão, algo que mudou bastante é a adição de um terceiro pino. Um pino é destinado à fase, outro ao neutro (ou segunda fase) e o terceiro é para o aterramento elétrico, também conhecido como pino terra.

O motivo de incluir um terceiro pino é garantir mais segurança ao consumidor. Ele ajuda a evitar curtos-circuitos, que podem causar choques durante o uso de aparelhos elétricos, por exemplo. Além disso, o pino terra também reduz a possibilidade de queima de um aparelho elétrico.

No entanto, vale destacar que não basta apenas o uso do pino terra, é essencial que a instalação do imóvel tenha um sistema de aterramento adequado. Por isso, é fundamental que todas as tomadas da sua construção sigam o padrão.

Quais as diferenças entre uma tomada 10A e 20A?

Antes de escolher uma tomada para seu ambiente, é importante entender a diferença entre os modelos de 10A e 20A. O “A” representa ampere, a unidade que mede a corrente elétrica. Escolher o modelo correto evita riscos e protege seus equipamentos.

As tomadas de 10A têm orifícios menores (4 mm de diâmetro) e são ideais para aparelhos de baixo consumo, como televisores, carregadores, computadores e luminárias. Já as de 20A possuem orifícios maiores (4,8 mm) e suportam equipamentos que demandam mais energia, como micro-ondas, fornos elétricos e máquinas de lavar. Essas tomadas exigem fios mais grossos para garantir segurança e eficiência.

Como saber a corrente elétrica correta?

Para saber qual a corrente elétrica ideal para seus aparelhos, sempre consulte o manual de instruções do fabricante. No planejamento elétrico, o ideal é incluir tanto tomadas de 10A, quanto de 20A. Embora equipamentos de 10A possam ser usados em tomadas de 20A sem problemas, o contrário não é possível.

Nunca use adaptadores para ligar aparelhos de 20A em tomadas de 10A nem force o plugue na entrada. Além disso, trocar apenas o módulo e o espelho da tomada não resolve, pois a fiação pode não suportar a carga necessária.

E a diferença entre 110v e 220v?

A principal diferença entre 110V e 220V está na tensão elétrica da rede. A voltagem mais alta (220V) permite que a corrente elétrica seja menor para a mesma potência, o que possibilita o uso de fios mais finos, reduzindo custos e perdas de energia. Por isso, equipamentos como ar-condicionado e chuveiros elétricos costumam ser projetados para essa voltagem, tornando seu funcionamento mais eficiente.

Por outro lado, a rede 110V exige fios mais grossos para suportar a corrente elétrica necessária, mas é considerada mais segura em caso de choque elétrico. Isso acontece porque, em uma tomada de 110V, a corrente que passa pelo corpo humano em um acidente tende a ser menor do que em 220V, reduzindo a gravidade da descarga elétrica. Essa diferença faz com que algumas regiões priorizem 110V para instalações domésticas, enquanto o 220V seja mais comum em sistemas industriais e em aparelhos de alta potência.

Mas, afinal, quais são os benefícios da NBR 14136?

Segurança

A adoção da norma técnica brasileira NBR 14136, que padroniza tomadas e plugues elétricos no País, trouxe inúmeros benefícios para consumidores e indústrias. A mudança eliminou a necessidade de adaptadores e reduziu os riscos de incompatibilidades que poderiam causar acidentes graves, como superaquecimento ou choques elétricos.

A padronização garante que aparelhos e tomadas estejam alinhados tecnicamente, promovendo uma conexão segura e estável. Essa uniformidade simplifica o dia a dia do consumidor, evitando improvisações que podem comprometer a segurança elétrica. Além disso, o design dos plugues e tomadas atende a requisitos técnicos que diminuem significativamente a probabilidade de acidentes, especialmente em ambientes domésticos, onde o uso de aparelhos é constante.

Eficiência energética

Tomadas e plugues desenvolvidos para operar de forma integrada minimizam perdas de energia, o que reflete diretamente na economia de recursos para o consumidor e no menor impacto ambiental. Essa medida vai ao encontro das boas práticas globais de sustentabilidade.

Importação de eletroeletrônicos

Além dos benefícios diretos, a NBR 14136 aproxima o Brasil de padrões internacionais de segurança elétrica, facilitando a importação de eletroeletrônicos que já seguem normas semelhantes em outros países. Essa integração com práticas globais fortalece a competitividade da indústria brasileira e amplia as possibilidades de consumo de tecnologias importadas.

O que fazer para atender a padronização de plugues e tomadas?

NBR 14136
Foto: Kostiantyn/ Adobe Stock

Atender às normas da NBR 14136 requer seguir as especificações definidas para tomadas e plugues elétricos no Brasil. Aqui estão os passos principais para garantir a conformidade:

1. Atualize instalações elétricas

Substitua tomadas antigas por modelos padronizados. Os modelos NBR 14136 possuem encaixe específico para garantir a compatibilidade com plugues modernos. Além disso, verifique se o sistema de aterramento está adequado. Ele é essencial para o funcionamento seguro de tomadas com três pinos.

2. Adquira equipamentos certificados

Compre aparelhos que já sejam fabricados de acordo com o padrão da NBR 14136. Produtos certificados possuem a garantia de que atendem às exigências de segurança e compatibilidade.

3. Evite o uso de adaptadores e gambiarras

Sempre opte por conectores adequados ao padrão. Adaptadores só devem ser usados temporariamente, já que podem causar superaquecimento ou comprometer a segurança do sistema.

4. Contrate profissionais qualificados

Para reformas ou instalação de tomadas, recorra a eletricistas qualificados e familiarizados com as normas vigentes. Isso garante que as instalações atendam às especificações técnicas, incluindo a capacidade adequada de corrente elétrica.

5. Faça a manutenção preventiva

Realize inspeções periódicas no sistema elétrico para identificar e corrigir problemas como sobrecarga, desgaste de tomadas ou falhas no aterramento.

Seguindo essas medidas, você garante maior segurança e eficiência nas suas instalações, além de cumprir com as regulamentações brasileiras.