Pequenas rachaduras nas paredes são comuns em imóveis e costumam surgir com o tempo, devido ao assentamento natural da construção. No entanto, se começarem a crescer ou ficarem mais profundas, podem indicar um problema estrutural que precisa de atenção. Para evitar riscos a manutenção preventiva é essencial. Ficar de olho em trincas e fissuras e avisar o síndico ou a equipe de manutenção ao notar algo diferente ajuda a resolver os problemas rapidamente, antes que fiquem mais graves. Continue a leitura para saber quando é necessário agir!

Trincas, fissuras e rachaduras: quais as diferenças?

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É comum encontrar pequenas aberturas nas paredes de apartamentos e casas, mas nem todas indicam um problema grave. No entanto, entender as diferenças entre trincas, fissuras e rachaduras é essencial para garantir a segurança da estrutura e agir preventivamente quando necessário.

Fissuras: apenas superficiais

As fissuras são aberturas finas e superficiais, geralmente com 0,5 mm de espessura. Elas ocorrem devido à dilatação e contração dos materiais da construção, podendo aparecer em rebocos, pinturas e acabamentos. Normalmente, não comprometem a estrutura e podem ser resolvidas com reparos simples, como aplicação de massa corrida ou tinta.

Trincas: um alerta para problemas maiores

As trincas são mais largas e profundas que as fissuras, podendo ter espessuras de 1mm a 3mm. Diferentemente das fissuras, as trincas podem afetar a integridade do imóvel e, muitas vezes, são causadas por falhas no processo construtivo ou por movimentações no terreno. Quando uma trinca aparece, é necessário investigar sua origem e, dependendo de sua gravidade, buscar orientação de um especialista para evitar riscos mais sérios.

Rachaduras: risco estrutural

As rachaduras são as mais preocupantes, pois representam aberturas maiores que 3 mm e podem atravessar paredes, lajes e vigas. Elas indicam falhas estruturais e podem comprometer a segurança do imóvel. Em casos graves, as rachaduras podem levar ao desabamento parcial ou total da construção, exigindo a intervenção urgente de um engenheiro civil. 

O que fazer ao identificar uma rachadura no condomínio?

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Assim que notar qualquer tipo de rachadura, é importante comunicar o síndico ou a administração do condomínio o mais rápido possível. Fornecer detalhes sobre a localização e características da rachadura, como se está crescendo ou se apresenta algum tipo de movimentação, ajudará na avaliação do problema. Tirar fotos pode ser útil para registrar a evolução do dano.

O próximo passo é aguardar a realização de uma inspeção técnica. A administração do condomínio deve acionar um engenheiro civil para realizar uma avaliação detalhada e emitir um laudo técnico. Esse laudo determinará se há risco à estrutura do edifício e qual a melhor forma de corrigir o problema. Em casos mais graves, as rachaduras podem ser sinais de falhas nos fundamentos do prédio, o que exige reparos imediatos e, em muitos casos, uma obra mais complexa.

Por fim, é importante não tentar resolver o problema por conta própria, como cobrindo a rachadura com massa corrida ou pintura. Esse tipo de reparo pode ocultar o problema, permitindo que ele se agrave ao longo do tempo. A intervenção de profissionais qualificados é essencial para garantir que o imóvel permaneça seguro e bem conservado. 

O que causa rachaduras na parede?

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As rachaduras em edificações podem surgir por diversos motivos, desde processos naturais da construção até problemas estruturais mais graves. Algumas das causas mais comuns incluem:

1. Acomodação da obra

É natural que novas edificações passem por um período de acomodação no terreno, o que pode resultar no surgimento de pequenas rachaduras. Isso acontece porque a estrutura ainda está se ajustando às condições do solo, e parte desse esforço acaba sendo absorvida pelas paredes. Embora essas fissuras sejam comuns, é importante monitorá-las e realizar os reparos necessários para evitar que se agravem.

2. Variações térmicas  

As mudanças de temperatura fazem com que os materiais da construção se expandam e se contraiam, o que pode gerar fissuras e trincas ao longo do tempo.

3. Problemas na fundação 

Se a fundação não for bem dimensionada ou se houver falhas no solo de sustentação, a estrutura pode se deslocar, provocando rachaduras nas paredes e outros elementos do prédio.

4. Uso de materiais inadequados ou baixa qualidade na construção 

Materiais de baixa resistência ou técnicas construtivas inadequadas podem comprometer a integridade da edificação e levar ao surgimento de rachaduras.

5. Obras nos apartamentos

Reformas realizadas sem autorização e sem a supervisão de um profissional qualificado representam um grande risco para a estrutura do edifício. Alterações como a remoção de paredes, aumento de carga nas lajes ou mudanças na distribuição dos ambientes podem comprometer a estabilidade do prédio. 

6. Infiltração de água

Vazamentos e falhas na impermeabilização podem enfraquecer a estrutura, fazendo com que o concreto e a alvenaria fiquem comprometidos e apresentem rachaduras.

7. Tempo de vida da construção 

Com o passar dos anos, edificações sofrem desgastes naturais e pequenas rachaduras podem surgir devido ao envelhecimento dos materiais.

Como evitar rachaduras na parede?

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Para evitar rachaduras nas paredes do condomínio, é fundamental adotar boas práticas desde a construção até a manutenção contínua do empreendimento. O primeiro passo é seguir corretamente as técnicas recomendadas de engenharia, garantindo uma fundação bem executada, estruturas dimensionadas adequadamente e acabamentos aplicados da forma correta. 

Além disso, a escolha de materiais de qualidade é fundamental, pois argamassas, tintas e revestimentos duráveis ajudam a prevenir fissuras causadas pelo desgaste natural ou pela movimentação da estrutura. Por isso, ao adquirir um apartamento, é importante se informar sobre os materiais utilizados na construção e, sempre que possível, contar com a ajuda de um especialista para realizar uma vistoria detalhada do imóvel. Contar com empresas de renome no mercado, como a MRV, também é uma forma de se proteger desse tipo de problema.

A manutenção preventiva também é importante na conservação do prédio. Inspeções regulares devem ser realizadas para identificar pequenos problemas antes que se tornem grandes rachaduras. Isso inclui verificar a presença de infiltrações, garantir o correto funcionamento do sistema de drenagem e reparar qualquer falha no revestimento externo.

Em construções mais antigas, além dessas medidas, é importante manter a limpeza das paredes para evitar o acúmulo de sujeira e umidade, fatores que podem acelerar o aparecimento de fissuras. Além disso, os moradores e a administração do condomínio devem ficar atentos a qualquer sinal de trincas ou desníveis e, sempre que necessário, contar com o auxílio de profissionais para avaliar a estrutura e indicar os reparos mais adequados.

Com essas ações, é possível minimizar os riscos de rachaduras, prolongar a vida útil do condomínio e garantir mais segurança e conforto para os moradores.