Todo ano, o salário mínimo no Brasil recebe um ajuste. Em 2025, esse valor será de R$ 1.518, um aumento de R$ 106 em relação ao valor de 2024, que era de R$ 1.412. O ajuste de 7,5% está acima da inflação de 2024, buscando a manter o equilíbrio entre os preços e o salário. Mas dá para se planejar e aproveitar esse reajuste de forma estratégica? Confira algumas dicas abaixo!
Nova regra de ajustes
A correção do salário mínimo para 2025 marca a estreia da nova regra de reajustes, sancionada como parte do pacote de cortes de gastos do Governo Federal. A nova norma estabelece que, entre 2025 e 2030, o aumento real do salário mínimo será limitado a 2,5% acima da taxa de inflação apurada no período de 12 meses, até novembro do ano anterior.
O chamado “aumento real” corresponde ao valor pelo qual o salário cresce acima da inflação. Isso significa que, para o trabalhador não perder poder de compra, o reajuste precisa, no mínimo, acompanhar a inflação do período. Caso contrário, o salário deixa de ser suficiente para adquirir a mesma quantidade de produtos e serviços, reduzindo a qualidade de vida de quem depende dele. A nova regra, portanto, busca equilibrar ganhos salariais e estabilidade econômica, mas também exige atenção à evolução dos preços no período.
Como são calculados os novos valores do salário mínimo?
A correção do salário mínimo no Brasil segue uma fórmula que considera dois indicadores principais: a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulada em 12 meses até novembro do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Esses elementos garantem que o salário mínimo reflita tanto a alta dos preços quanto o desempenho econômico do País. Para 2025, os números são os seguintes:
- INPC acumulado em 12 meses até novembro: 4,84%;
- Crescimento do PIB em 2023: 3,2%.
Com base nesses indicadores, o salário mínimo deveria ser reajustado para R$ 1.528. No entanto, a nova regra que limita o aumento real do salário mínimo a 2,5% acima da inflação ajustou esse valor para R$ 1.518, resultando em uma redução de R$ 10 no reajuste. Essa limitação faz parte de um pacote de medidas elaborado pelo Ministério da Fazenda com o objetivo de equilibrar as contas públicas. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro, pouco antes do recesso parlamentar.
Dicas para planejamento financeiro com o novo salário mínimo
1. Priorize as necessidades básicas
Dê atenção às despesas essenciais, como alimentação, moradia, saúde e educação. O aumento pode ajudar a evitar cortes que comprometam o bem-estar da família.
2. Avalie as receitas e despesas atuais
Calcule o valor disponível após o reajuste e compare com suas despesas atuais. Liste todas as contas fixas e variáveis para entender onde o dinheiro está sendo gasto. Se houver excesso em algumas áreas, considere redirecionar esses valores. Use aplicativos, planilhas ou até mesmo um caderno de anotações para ajudar nesse controle e conseguir ver de forma mais clara a realidade do seu orçamento.
3. Crie ou aumente a reserva de emergência
Se ainda não tiver uma reserva financeira para imprevistos, aproveite o reajuste para começar a construir uma, mesmo que com valores baixos. O importante é dar o primeiro passo. Lembre-se de que a reserva ideal é suficiente para cobrir de três a seis meses de despesas básicas. Se já tiver uma, considere aumentar dentro de suas possibilidades.
4. Pague à vista sempre que possível
Se possível, utilize o salário para pagar à vista contas, como compras de supermercado, serviços e até dívidas. Pagamentos à vista muitas vezes garantem descontos e evitam o pagamento de juros, além de melhorar o seu fluxo de caixa mensal. Se tiver dívidas em aberto, verifique a possibilidade de acordo considerando o dinheiro a mais na conta mensal.
5. Evite gastos impulsivos
Com o ajuste, pode surgir a tentação de gastar mais, especialmente no crédito, pois há a falsa sensação de que o pagamento será fácil no futuro. Porém, é fundamental ter cuidado com compras impulsivas. Antes de gastar, sempre reflita se a compra é realmente necessária. Uma boa prática é elaborar uma lista de prioridades e se concentrar em seus objetivos financeiros, evitando decisões precipitadas que possam comprometer seu planejamento a longo prazo. Se ainda não tem um planejamento financeiro, confira aqui as dicas para fazer o seu.
6. Planeje o futuro
Além de controlar as finanças diárias, é essencial se planejar para o longo prazo. Investir em poupança para a aposentadoria, planos de saúde, seguros ou até na compra do seu próprio apartamento são passos que proporcionam segurança financeira e ajudam a alcançar estabilidade e tranquilidade no futuro.
7. Considere investir
Se suas finanças permitirem, considere investir uma pequena parte do seu salário. Aplicações em CDBs ou tesouro direto, por exemplo, podem gerar uma rentabilidade interessante ao longo do tempo, fazendo seu dinheiro trabalhar para você.
8. Ajuste suas expectativas
Lembre-se de que o aumento do salário mínimo está longe de resolver todos os problemas financeiros. Ajuste suas expectativas e busque um equilíbrio entre as suas necessidades imediatas e seus objetivos futuros.
9. Revisite o orçamento periodicamente
Ajustar o orçamento deve ser uma prática constante. Avalie suas finanças com regularidade e faça os ajustes necessários para manter o equilíbrio entre as despesas e as metas financeiras.
Com essas dicas, você pode garantir que o aumento do salário mínimo contribua para uma gestão financeira mais eficiente ou evitar maiores apertos.