A CASACOR Ceará 2025 se reafirmou como uma das principais mostras de design de interiores e paisagismo, apresentando 34 projetos inovadores, em 5 mil m², que ecoaram o tema central da edição: “Semear Sonhos“. O conceito convidou profissionais a refletirem sobre o futuro do habitar, priorizando a sustentabilidade, a bioarquitetura e a profunda conexão afetiva com a natureza e as raízes locais. Veja algumas tendências apresentadas.
Homenagem e exaltação às raízes

Um dos aspectos mais celebrados da edição de 2025 foi a homenagem ao Mestre Espedito Seleiro. Nascido em Nova Olinda/CE, ele é um dos nomes mais importantes do artesanato nordestino, famoso por sua arte em couro colorido e seu trabalho icônico em selas, gibões e calçados, que se tornou referências nacional e internacional. Sua estética única, marcada pelo traço artesanal inconfundível, foi integrada em diversos ambientes da mostra, não apenas em peças isoladas, mas como inspiração para texturas e paletas de cores. Essa homenagem reforçou a tendência de valorizar o artesanato, a identidade e a tradição nordestinas.
1. Sustentabilidade em alta

Uma das tendências mais notáveis e alinhadas ao tema “Semear Sonhos” foi o uso estratégico do bambu como material construtivo. Longe de ser apenas um adorno, o material foi empregado na estrutura de diversos ambientes, destacando-se por ser uma solução sustentável, resistente e de estética regional, conectado à tradição e ao clima tropical.
Projetos que exploraram o bambu evidenciaram uma arquitetura que respeita os ciclos da natureza, pensando em soluções conscientes e poéticas para o futuro do morar. Um exemplo disso foi o Bangalô Duna, das arquitetas Joana Figueiredo e Juliana Freire, que utilizou o bambu de forma estrutural, combinando-o com terra e palha, como um manifesto da bioarquitetura.
2. A força das texturas e a experiência sensorial na CASACOR Ceará 2025

A edição de 2025 enfatizou a busca por experiências táteis e sensoriais. As texturas assumiram o protagonismo nos revestimentos, transformando as paredes em narrativas de natureza, técnica e afeto.
- Em vários ambientes pôde-se notar um equilíbrio entre a rusticidade da palha de carnaúba e a sofisticação do mármore e da pedra, provando que é possível unir materiais brutos e acabamentos refinados em harmonia.
- O uso de paredes de terra, pisos de madeira e interiores de fibras naturais (linho, palha) ajudou a criar atmosferas acolhedoras. Ambientes como o Bangalô Duna (citado por combinar bambu, terra, pedra e fibras) e a Adega Ciclo dos Sonhos exemplificam como os revestimentos podem despertar emoções e ressignificar o conforto.
3. CASACOR Ceará 2025 mostra como morar com identidade e afeto

O “Semear Sonhos” se manifestou na criação de espaços que celebram a memória afetiva e a identidade. Nesse contexto, a casa é vista como um espaço de pausa, acolhimento e reencontro com a ancestralidade.
- Cada projeto buscou usar a materialidade para revelar histórias e identidades, como porta-retratos ou peças antigas.
- A paleta de cores dominante foi de tons terrosos, como terracota, reforçando a ligação com o solo, a natureza cearense e a sensação de aconchego.
- A Varanda Aurora, por exemplo, foi concebida como um espaço de pausa e aconchego, utilizando mobiliário convidativo e materiais naturais para criar um refúgio sensorial.
Em resumo, a CASACOR Ceará 2025 reforçou que a arquitetura e o design de interiores caminham em direção a um morar mais autêntico, sensorial e ecologicamente consciente, onde a história e a cultura local são a verdadeira essência do luxo contemporâneo.