Cada brasileiro produz em média 381 quilos de lixo por ano, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2022, realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Agora, imagine a quantidade de lixo gerada em todos os apartamentos de um condomínio! Por isso, é de extrema importância que haja uma gestão de resíduos sólidos em condomínios. 

Os gestores condominiais e os condôminos precisam ficar atentos em relação à gestão de resíduos sólidos produzidos, a fim de promover a sustentabilidade, saúde pública e até mesmo economia para os moradores. Por isso, é necessário a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) específico para esse fim.

O que é PGRS?

gestao de residuos

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um documento técnico que tem como objetivo identificar, quantificar, classificar e indicar a destinação adequada para os resíduos gerados.

Logo, é um instrumento de gestão ambiental que busca minimizar os impactos negativos causados pelos resíduos, por meio de ações como a redução no consumo, a reutilização, a reciclagem e a destinação adequada. O plano tem como base na legislação ambiental e deve se adequar às características e necessidades específicas de cada condomínio.

Vale ressaltar que é de responsabilidade dos administradores ou condôminos fazer a gestão dos resíduos sólidos em seus condomínios, conforme a Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. No Estado de São Paulo, a Lei nº 12.300/2006 também esclarece as atribuições da gestão de resíduos sólidos.

A importância da gestão de resíduos em condomínios

Com um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos adequado, é possível melhorar a qualidade ambiental do local e também obter benefícios financeiros, por meio da comercialização de materiais recicláveis para cooperativas. Além disso, a arrecadação pode ser utilizada para formar um fundo de reserva que poderá ser utilizado em melhorias no próprio condomínio no futuro.

Além disso, a ausência da gestão de resíduos em um condomínio pode diminuir o valor de aluguel de um imóvel e torná-lo menos atrativo para potenciais investidores. É importante destacar que os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às práticas sustentáveis. Portanto, condomínios que se adequam às normas ambientais se sobressaem no mercado imobiliário, evitando prejuízos financeiros e ambientais.

Como começar a gestão de resíduos sólidos?

O primeiro passo é a criação do PGRS que deve ser feita em conjunto pelo síndico, condôminos e administradora. O documento deve incluir um orçamento detalhado e as soluções propostas. Para garantir resultados positivos, é importante realizar fiscalizações e avaliações periódicas.

A separação dos resíduos começa em cada unidade, pelos próprios moradores, e a disposição correta ou encaminhamento adequado fica sob responsabilidade do condomínio. Para auxiliar nas tarefas, dependendo do tipo de resíduo, é possível contar com profissionais de cooperativas, funcionários do condomínio ou até mesmo com a participação dos próprios moradores.

Implementação da coleta seletiva

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Realizar a coleta seletiva em condomínios é uma estratégia eficiente para a segregação adequada dos resíduos produzidos pelos moradores. Uma vez coletados, esses resíduos podem ser transportados para o local apropriado de destinação final por meio do serviço de coleta seletiva da prefeitura local (quando disponível) ou por meio de uma empresa especializada. Para a coleta funcionar, é necessário:

  • realizar a separação correta dos resíduos gerados pelos moradores em recipientes específicos para cada tipo de material;
  • estabelecer quais materiais serão coletados e separá-los em recicláveis e não recicláveis;
  • definir uma área específica para a coleta seletiva dentro do condomínio;
  • identificar de maneira clara e visível os recipientes para cada tipo de resíduo;
  • incentivar a participação e conscientização dos moradores sobre a importância da coleta seletiva e os benefícios ambientais e financeiros que a iniciativa pode trazer;
  • designar um responsável pelo gerenciamento da coleta seletiva e monitorar regularmente a segregação e o descarte adequado dos resíduos;
  • estabelecer uma parceria com cooperativas de catadores locais ou empresas especializadas para garantir a destinação final adequada dos resíduos coletados.

Nem todo resíduo orgânico precisa ir para o lixo

Além dos materiais recicláveis, também é possível reutilizar uma parte dos resíduos orgânicos. A compostagem é uma excelente maneira de aproveitar restos de alimentos como matéria-prima para criar uma horta caseira ou comunitária no condomínio, promovendo a participação de todos. Essa prática não só ajuda a maximizar o uso dos resíduos, mas também a desenvolver atividades em comunidade. 

Para implementar a compostagem coletiva, é necessário designar um responsável, que pode ser um funcionário, síndico ou um morador. Esta ação visa abastecer a composteira com as matérias orgânicas coletadas pelos moradores e realizar a manutenção necessária. 

O condomínio pode usar o subproduto feito pela compostagem para adubar as áreas verdes comuns ou ainda criar uma horta comunitária para aproveitar os nutrientes gerados pelo processo de compostagem.

Se a compostagem não for uma opção viável, é possível encaminhar os resíduos orgânicos para uma Unidade de Triagem e Compostagem (UTC). Essa alternativa ajuda a evitar a sobrecarga nos aterros sanitários e a evitar desperdício de material útil.

Agora que você já entendeu a importância da gestão de resíduos em condomínios e como fazê-la, aprenda a descartar corretamente o lixo tóxico