Se você é do time que adora colecionar objetos, guardar lembranças de viagens e espalhar pequenos detalhes pela casa, vai se identificar com uma tendência que vem conquistando cada vez mais espaço: o cluttercore. Ao contrário do minimalismo, que prega ambientes limpos e neutros, o cluttercore celebra o excesso, mas não de qualquer forma. É a “bagunça organizada” que dá vida aos espaços, trazendo memórias, afetos e histórias para dentro da decoração.
Muito além de simplesmente acumular coisas, o estilo traduz personalidade e acolhimento. Livros empilhados, quadros nas paredes, plantas em diferentes cantinhos, velas, fotografias e lembranças de família ganham destaque e transformam a casa em um verdadeiro reflexo de quem mora ali. Quer saber como aplicar essa tendência no seu apê? Confira as dicas abaixo!
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O que é cluttercore?

O nome pode até soar estranho à primeira vista, mas faz todo sentido quando a gente traduz: clutter significa “bagunça” em inglês, e o sufixo core remete a um estilo ou estética. Ou seja, cluttercore é literalmente a “estética da bagunça”. Mas não se engane! Não tem nada a ver com desordem em si ou falta de cuidado. Na verdade, o conceito celebra o acúmulo de objetos de forma intencional, criando ambientes cheios de vida, com significado e identidade.
Essa tendência ganhou força nas redes sociais, especialmente no TikTok e no Pinterest, onde jovens começaram a mostrar seus quartos e salas repletos de livros, pôsteres, velas, plantas, brinquedos e lembranças. É um jeito de transformar a casa em um espaço que conversa com sua história e suas paixões, sem se preocupar em seguir padrões rígidos de decoração.
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Características principais do cluttercore
O cluttercore tem algumas marcas registradas que ajudam a reconhecer esse estilo. Ele se apoia na ideia de que mais é mais, mas sempre com intenção. Veja alguns elementos que definem essa estética:
Abundância de objetos

Prateleiras cheias de livros, estantes com coleções, paredes decoradas com pôsteres, quadros e fotografias. Cada cantinho tem algo para contar.
Sobreposição de cores e estampas

Nada de medo de misturar. Almofadas coloridas, tapetes estampados, cortinas vibrantes e colchas diferentes convivem em harmonia.
Texturas variadas

Madeira, tricô, cerâmica, vidro, plantas… quanto mais diversidade, mais acolhedor o espaço fica.
Decoração afetiva

A base do cluttercore é o significado. São objetos que carregam lembranças, como a caneca da avó, o souvenir da viagem, o livro antigo herdado da família. Aliás, sabia que a decoração afetiva é tendência?
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Sensação de aconchego

Mesmo com tantos elementos, o resultado não é sufocante. Pelo contrário: transmite calor humano, autenticidade e uma atmosfera de “casa vivida”.
Cluttercore x minimalismo

Enquanto o minimalismo ganhou espaço nos últimos anos com a ideia de que “menos é mais”, o cluttercore surgiu quase como uma resposta criativa a esse movimento. Se no estilo minimalista predominam os espaços vazios, paletas neutras e móveis funcionais, o cluttercore faz justamente o oposto: celebra a abundância, a mistura e a personalização. De certa forma, tem até um toque do maximalismo.
No minimalismo, cada objeto precisa ter um propósito claro e a estética busca transmitir calma e organização visual. Já no cluttercore, o valor está no significado emocional das peças, mesmo que não tenham função prática. É sobre cercar-se de coisas que trazem alegria, conforto e identidade, ainda que isso resulte em ambientes visualmente mais carregados, como aquela coleção de futebol.
Vale lembrar, no entanto, que nenhum dos dois estilos é “melhor” ou “pior”. Eles apenas refletem diferentes formas de se relacionar com a casa e com os objetos. Enquanto algumas pessoas se sentem bem em ambientes limpos e discretos, outras encontram acolhimento no excesso de detalhes e memórias à mostra.
Como aplicar o cluttercore na decoração do seu apê?
Adotar o cluttercore não significa simplesmente encher a casa de coisas, mas criar uma composição que tenha sentido para você. A ideia é transformar o excesso em aconchego, e não em bagunça. Confira algumas dicas para começar:
Comece pelo que já tem

O cluttercore não pede compras mirabolantes. Olhe ao redor: livros, lembranças de viagens, fotografias, brinquedos antigos, coleções ou objetos herdados da família podem se tornar protagonistas. O segredo é valorizar aquilo que tem memória afetiva.
Misture estampas e cores sem medo

Esqueça a regra de combinar tudo. No cluttercore, o contraste é bem-vindo: almofadas coloridas, mantas estampadas, tapetes cheios de personalidade e cortinas vibrantes podem conviver no mesmo ambiente. Essa mistura cria uma sensação de vitalidade e movimento.
Use móveis que acolham a “abundância”

Prateleiras, estantes abertas, aparadores e mesas de centro são aliados. Eles ajudam a expor objetos de maneira organizada e funcional, sem deixar o espaço sobrecarregado.
Equilibre o caos com organização

Embora o cluttercore valorize a abundância, ele não deve ser confundido com desordem. Pense em zonas específicas: uma estante para livros, uma parede de quadros, uma prateleira para plantas. Assim, cada área tem sua identidade, mas o ambiente como um todo permanece harmônico.
Decoração afetiva em primeiro lugar

O cluttercore é, sobretudo, sobre significado. Prefira peças que tragam lembranças, emoções e histórias. Isso evita a sensação de “excesso por excesso” e garante que o ambiente seja único.
Aposte na iluminação acolhedora

Luzes amareladas, abajures de mesa, velas aromáticas e até pisca-piscas ajudam a criar aquela atmosfera quentinha que é marca registrada do estilo. A iluminação, nesse caso, atua como um fio condutor que une a diversidade de objetos e cores.
Tenha pontos de respiro

Mesmo no cluttercore, é importante criar alguns espaços mais livres, como uma parede neutra ou um móvel com menos elementos. Esses pontos funcionam como pausas visuais, que ajudam a destacar o restante da decoração.
Cuidados para não exagerar

Embora o cluttercore valorize a abundância e a diversidade de objetos, é fundamental tomar alguns cuidados para que o ambiente continue agradável, acolhedor e funcional. Um ponto importante é avaliar a circulação e o espaço disponível, ou seja, mesmo com muitas peças decorativas, os móveis precisam permitir conforto e mobilidade. Pensar na ergonomia e na praticidade garante que a estética não comprometa o uso diário da casa.
Outro cuidado é evitar exageros em alturas ou volumes. Pilhas muito altas de livros ou objetos muito grandes podem gerar sensação de desordem e dificultar a limpeza.
Também vale observar as iluminações natural e artificial. Ambientes muito carregados podem ficar escuros ou pesados se não houver luz suficiente. Luminárias estratégicas, abajures e refletores ajudam a destacar elementos importantes e a manter a atmosfera acolhedora.
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Por fim, o cluttercore pede atenção à manutenção diária. Manter superfícies limpas, reorganizar pequenos detalhes e garantir que cada objeto esteja no lugar certo ajuda a preservar o charme do estilo, mantendo a casa cheia de vida e personalidade sem perder a sensação de aconchego.