A chegada de um novo síndico marca o início de uma nova fase na gestão do condomínio e, embora muitos moradores enxerguem isso como um processo que não interfere muito, a verdade é que ele afeta diretamente o cotidiano de todos. Seja o novo síndico um morador ou um profissional contratado, é mais do que apenas mudar um nome na lista de contatos: é o começo de uma nova gestão. Por isso, vale a pena que os moradores se organizem, se informem e saibam como participar desse processo de transição de forma colaborativa e consciente.

A seguir, reunimos algumas orientações práticas para ajudar você a se preparar e fazer parte dessa nova etapa da vida em condomínio com tranquilidade.

Qual é a função do síndico? 

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Antes de tudo, é importante entender o que o síndico faz, pois ele desempenha um papel central no bem-estar dos moradores e na gestão do patrimônio do condomínio, cuidando tanto da parte administrativa, quanto da rotina do dia a dia. 

É ele quem organiza as contas, acompanha serviços de manutenção, contrata fornecedores e ajuda a garantir um ambiente tranquilo e bem conservado para todos, sendo o principal interlocutor com a administradora

Sua eleição acontece durante uma assembleia específica, sempre com esse tema no edital de convocação. Qualquer pessoa pode se candidatar: moradores, condôminos ou até alguém de fora, desde que tenha os perfis técnico e comportamental, além da disposição para assumir essa responsabilidade.

Como o morador deve se preparar para recebê-lo? 

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Os moradores têm um papel importante nesse processo de transição. Mais do que apenas aguardar mudanças, é fundamental se informar, participar e colaborar para que ela ocorra de forma tranquila e produtiva. A seguir, listamos algumas orientações simples que ajudam a tornar esse começo mais leve para todos.

1. Informe-se sobre o perfil do síndico

Antes mesmo de o novo síndico assumir oficialmente, é importante que os moradores busquem conhecer seu perfil e estilo de gestão. Ele pode ser um morador do próprio condomínio, o chamado síndico orgânico, ou um profissional externo contratado especificamente para essa função. 

Cada modelo tem suas vantagens. O síndico morador costuma ter mais proximidade com a rotina do prédio e conhece de perto as necessidades dos vizinhos, enquanto o síndico profissional tende a trazer mais neutralidade, experiência técnica e foco administrativo.

Saber qual é o perfil do síndico ajuda os condôminos a ajustarem suas expectativas e se prepararem para o tipo de comunicação e relacionamento que será estabelecido. Um síndico morador, por exemplo, pode ser mais acessível para conversas informais, enquanto um profissional provavelmente terá horários e canais de contato bem definidos. 

2. Conheça a programação de transição

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Quando um novo síndico é eleito, a fase de transição é fundamental para garantir que a gestão comece de forma alinhada e eficiente. Durante esse período, o novo responsável costuma se apresentar formalmente aos moradores e dedicar tempo para conhecer todos os detalhes do condomínio, como contratos vigentes, fornecedores, pendências financeiras e as regras internas.

Participar das reuniões de transição é uma ótima oportunidade para os moradores tirarem dúvidas, entenderem as prioridades da nova gestão e fortalecerem o diálogo com o síndico.

3. Estabeleça canais de comunicação

Definir e respeitar os canais de comunicação com o novo síndico é essencial para manter a organização e evitar ruídos no dia a dia do condomínio. Cada gestão pode adotar formas diferentes de contato, grupos de WhatsApp, e-mail, aplicativo de administração condominial ou até murais físicos. Por isso, é importante que os moradores se informem logo no começo sobre qual será o meio oficial para enviar sugestões, fazer reclamações ou esclarecer dúvidas.

4. Planeje a convivência e participação

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A chegada de um novo síndico também é uma boa oportunidade para os moradores se envolverem mais ativamente na vida do condomínio. Além de acompanhar as decisões e comunicados, é possível sugerir iniciativas que promovam a convivência entre os vizinhos, como comissões de apoio à gestão, grupos de trabalho para cuidar de áreas específicas, finanças, obras, eventos, segurança ou até atividades sociais e culturais que aproximem a comunidade.

5. Acompanhe a prestação de contas

Desde o início do mandato, é fundamental que os condôminos solicitem e acompanhem relatórios financeiros detalhados, incluindo receitas, despesas, contratos e saldo em caixa. Essa transparência ajuda a garantir que o dinheiro do condomínio está sendo bem aplicado e evita desconfianças ou problemas futuros.

Além de participar das assembleias onde as contas são apresentadas, vale manter um olhar atento no dia a dia, observando se as melhorias e manutenções estão realmente acontecendo conforme o previsto. Acompanhar as finanças não significa desconfiar do síndico, mas exercer o direito e o dever de zelar pelo patrimônio coletivo junto com a administração.

6. Colabore nos primeiros ajustes

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Nos primeiros meses da nova gestão, é comum que o síndico identifique demandas imediatas, ajustes necessários ou até pendências deixadas pela administração anterior. Esse início pode exigir algumas mudanças nos serviços, na organização interna ou no funcionamento das áreas comuns. Nesse momento, é essencial que os moradores colaborem com compreensão e paciência, contribuindo para que a nova gestão consiga se estruturar e colocar a casa em ordem.

Pequenas atitudes fazem diferença! Respeitar os novos procedimentos, comunicar problemas de forma clara e educada e ter abertura para mudanças temporárias são formas de facilitar o trabalho do síndico e fortalecer a relação de confiança entre gestão e moradores. Afinal, viver em condomínio é, acima de tudo, um exercício de convivência e cada morador tem a chance de fazer parte dessa construção coletiva.