Quem nunca sonhou ou ainda sonha em ter a casa própria, mas não sabe quanto precisa ganhar para financiar um imóvel e se livrar do aluguel?
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Serasa Experien, são muitos os que têm essa ideia fixa na cabeça. O estudo aponta que, aproximadamente, 40% dos brasileiros sonham em comprar um imóvel, desejo que, junto com os veículos — há um empate técnico na pesquisa — ocupa a liderança na lista de prioridades.
No entanto, com a crise financeira, muitos têm adiado a conclusão desse objetivo, mas será mesmo que isso é mesmo necessário?
Uma opção bastante viável para quem quer concluir esse projeto é o financiamento imobiliário. É muito possível, com esforço, dedicação e, principalmente, planejamento, realizar alguns cálculos, procurar uma instituição financeira e verificar quais são as opções disponíveis para o financiamento.
Tudo dependerá da sua faixa de renda e do valor do imóvel que planeja adquirir. Pode parecer trabalhoso, mas mostraremos que o sonho está mais próximo do que você imagina. Confira, logo a seguir, algumas dicas para financiar um apartamento!
Consulte as condições básicas e exigências
A Caixa costuma exigir um valor mínimo de 20% para que seja possível dar como entrada em um imóvel, algo que também passou a ser comum em outras instituições financeiras.
Além da entrada, a pessoa interessada no financiamento imobiliário também deve lembrar que todos os principais bancos que realizam essa operação costumam cobrar uma taxa média de até 10,70%.
Por fim, outra exigência bastante comum das instituições financeiras é que o valor das parcelas do financiamento não comprometa mais do que 30% da renda familiar.
Isso restringe as opções que uma família tem para adquirir um imóvel próprio, mas é uma forma de proteger o banco e o cliente da inadimplência, principalmente em tempos de crise.
Opte por simulações prontas
Recentemente, o site Canal do Crédito, especializado em realizar comparação entre custos de financiamento, realizou um estudo minucioso sobre os valores máximos que as famílias conseguem financiar de acordo com a sua faixa de renda.
Essa simulação leva em conta todos os fatores citados anteriormente, além de calcular o tempo para conclusão do financiamento, com um prazo máximo de 30 anos — as diferenças entre as instituições públicas e privadas também são levadas em consideração.
Com isso, chegamos a alguns resultados práticos que podem ajudá-lo a visualizar como funcionaria o financiamento.
Uma família que tem como renda mensal o valor de R$ 6 mil, por exemplo, consegue financiar em um banco público um imóvel de R$ 186,84 mil e, nas instituições privadas, a mesma renda proporciona um financiamento de R$ 209,25 mil.
Uma faixa intermediária de renda familiar entre R$ 10 mil e R$ 12 mil conseguiria financiar, em instituições públicas e privadas, imóveis cujo valor seria entre R$ 352,06 mil e R$ 423,46 mil, respectivamente.
Para superar a faixa de R$ 1 milhão, o valor da renda familiar teria que ser superior a R$ 30 mil.
Conheça exatamente a sua renda
Muitas pessoas acham que conhecem sua renda ao observar o pagamento mensal, mas o fato é que isso é um erro básico para quem deseja financiar um imóvel.
É preciso ter em mente que o seu dinheiro propriamente dito não é apenas o seu ordenado, mas, sim, quanto sobra dele após você pagar as suas contas fixas.
Existem algumas despesas que não mudam e, com isso, uma parte do que você recebe é simplesmente virtual, ou seja, nunca para na sua conta.
Nessa equação entram, por exemplo, o plano de saúde, o aluguel, a escola das crianças, a taxa de condomínio, impostos, as prestações de outros financiamentos etc.
Tente negociar sempre que possível
É importante ter em mente que existe uma série de negociações que podem ser realizadas durante o processo de financiamento e, por isso, o ideal é procurar a sua instituição bancária.
É muito comum que o servidor público tenha mais benefícios, sobretudo quando consideramos financiamentos em instituições públicas.
Se o imóvel é o primeiro da família, o FGTS também pode ser usado.
Por fim, as negociações devem ser feitas com o proprietário, já que muitas vezes os preços divulgados podem ser superestimados.
Saiba quais são os tipos de financiamentos imobiliários
Agora que você já conheceu algumas dicas básicas para financiar o seu imóvel, é hora de conhecer quais são os tipos de financiamentos imobiliários mais utilizados e vantajosos do mercado.
Embora todos eles tenham a mesma intenção, cada qual tem suas peculiaridades e características únicas. Portanto, confira a seguir quais são elas.
Financiamento direto com a construtora
O financiamento direto com a construtora é uma opção que você precisa considerar ao comprar o seu primeiro imóvel ou mesmo ao mudar de casa ou apartamento.
As vantagens podem ser muito interessantes, uma vez que a empresa tem todo o interesse em negociar e, por conta disso, o seu dinheiro vale mais.
A burocracia, por exemplo, costuma ser muito menor do que em um banco ou instituição financeira, e a construtora, normalmente, faz uma rápida análise do seu nome antes de conceder o crédito.
É a chance que você esperava para adquirir um imóvel moderno, com tudo novo e excelentes possibilidades de valorização em médio e longo prazos.
Além disso, no caso de unidades remanescentes ou condomínios que estão na fase inicial da obra, o poder de barganha do cliente é muito maior. Com isso, fica muito mais simples conseguir um desconto ou facilidades no pagamento. É possível, por exemplo, negociar uma entrada mais vantajosa ou uma parcela que caiba no seu bolso.
Financiamento pela Caixa Econômica Federal
Já o financiamento imobiliário diretamente com a Caixa Econômica Federal apresenta algumas vantagens importantes para certos grupos de compradores e é muito popular no Brasil, especialmente por conta dos programas do Governo Federal, como Casa Verde e Amarela.
A Caixa é, ainda, a maior fornecedora de empréstimos para compra de imóveis.
Essa é uma opção atraente, sobretudo para quem vive com uma faixa de renda mais baixa, podendo, assim, se valer de todos os benefícios dos programas habitacionais.
Financiamento com bancos privados
Por fim, o financiamento imobiliário com bancos privados também é uma alternativa para quem deseja sair do aluguel e comprar a casa própria.
Algumas instituições particulares estão investindo bastante nessa área e, com isso, estão ampliando a liberação de crédito para a aquisição de propriedades privadas.
Essa alternativa é mais atraente para quem tem um poder aquisitivo mais elevado ou tem estabilidade no emprego, pois isso dá poder para barganhar vantagens. Os contratos e os juros desses bancos tendem a ser bastante negociáveis, especialmente para quem tem o nome limpo no mercado.
Entenda a importância do planejamento financeiro
É extremamente importante ter a consciência de que planejar é fundamental para quem deseja financiar um imóvel e aumentar o seu patrimônio, afinal, essa não é uma aquisição corriqueira na vida da maioria das pessoas.
Até mesmo em função dos valores elevados e do tempo de pagamento, esboçar o seu fluxo de despesas e receitas é essencial. O planejamento financeiro faz justamente isso.
Trata-se de um processo de administração e de organização das suas finanças, feito por meio do reconhecimento da sua situação econômica atual, junto com a determinação do seu objetivo, no caso a compra de uma casa ou apartamento, avaliando os possíveis caminhos para alcançar essa meta.
O ideal, em linhas gerais, é que você consiga guardar um montante considerável para ter um pouco mais de segurança no financiamento. Alguns especialistas recomendam juntar até um terço do valor da unidade, para conseguir manter as prestações dentro o prazo por alguns anos, mesmo em caso de alguma eventualidade.
Também é indicado que as parcelas não ultrapassem mais de 30% da renda familiar e que você e seu cônjuge, se for o caso, ainda consigam guardar uma parte do salário todos os meses.
Tenha em mente que suas renúncias são para um bem maior e para dar um futuro mais confortável para as pessoas que você mais ama.
Conheça fatores que influenciam no valor da parcela
Amortização
Muita gente ouve falar sobre esse termo na hora de financiar um imóvel, mas não sabe ao certo o que ele significa. No entanto, esse é um conhecimento importante para compreender melhor quanto você está pagando.
A amortização nada mais é do que o valor que o comprador está reduzindo do saldo devedor. Trazendo para um modelo prático, na modalidade do SAC (Sistema de Amortização Constante), que é a mais utilizada no Brasil, isso representa simplesmente a divisão do saldo devedor pelo número de parcelas.
Em um financiamento de R$ 500 mil por 240 meses no SAC, por exemplo, as amortizações seriam de R$ 2.083,33, ou seja, R$ 500 dividido por 240!
Juros
Obviamente, ao financiar um imóvel, você também deve estar familiarizado com os juros, visto que eles são a forma pela qual o banco ou instituição financeira que liberaram o crédito para o cliente realmente lucram.
Logicamente, as alíquotas variam de local para local e de acordo com o contrato e as características do contratante. Na realidade, os juros incidem sobre o custo do capital e não sobre o saldo devedor propriamente dito.
Embora a economia brasileira tenham uma taxa de juros básicos da economia, denominada Selic, ela é apenas um parâmetro inicial e diversos outros fatores podem influenciar nos percentuais cobrados em um financiamento imobiliário.
Seguros
Poucas pessoas consideram esse fator, mas os seguros também podem ter um impacto importante nas suas finanças quando você decide financiar um apartamento ou uma casa. Isso pode variar de instituição para instituição, sendo que alguns bancos podem exigir alguns cuidados extras.
Em linhas gerais, é solicitado o pagamento de dois tipos de seguro. Um deles é o MIP, sigla para “Morte ou Invalidez Permanente”. Ele deve ser pago todos os meses e garante que a dívida seja liquidada mesmo com o falecimento do mutuário. Há também o DFI, de “Danos Físicos do Imóvel”, que assegura uma indenização por sinistros na propriedade.
Como você pôde ver, financiar um apartamento ou uma casa requer alguns cuidados básicos e um bom planejamento financeiro. No entanto, essa é uma compra vantajosa, que aumenta o seu patrimônio e traz mais segurança para sua família por muitos anos!