Para muitas pessoas, sair da casa dos pais e, consequentemente, morar sozinho é um dos maiores símbolos da vida adulta.
Afinal, além da liberdade de não ter que dar satisfação para alguém a todo momento, você se torna o responsável pelas tarefas do dia a dia, como cozinhar, lavar roupa e realizar a faxina da residência.
Apesar de muitas pessoas desejarem essa mudança, elas adiam a decisão por não acreditarem que apresentam uma condição financeira propícia para tanto. Entretanto, viver sozinho é mais simples do que parece.
Mesmo que o seu faturamento não seja tão alto, com um bom planejamento e organização, é possível deixar de morar com os pais sem se complicar financeiramente.
Leia este artigo até o final e descubra o que é preciso saber para morar em um local só seu.
O que você deve levar em conta antes de sair da casa dos pais?
Para que a experiência de morar sozinho não seja muito traumática, é preciso estar preparado financeira e psicologicamente para tal mudança.
Por isso, é necessário considerar alguns pontos antes de tomar qualquer decisão.
Com o objetivo de ajudar você em sua escolha, preparamos uma pequena lista com o que deve ser levado em conta antes da mudança da casa de seus pais.
1. Avalie suas condições financeiras
Após conseguirem o primeiro emprego, muitas pessoas acreditam que já têm as condições necessárias para viver por conta própria.
No entanto, não é porque se consegue manter um plano caro de celular ou, até mesmo, quitar a parcela do financiamento de um carro que se torna viável sair da casa dos pais.
Afinal, ao morar sozinho, você terá de quitar algumas despesas que não existiam antes, como as de moradia e alimentação.
Por isso, antes de fazer a mudança, é preciso colocar em uma planilha todos os possíveis custos que terá nessa nova fase.
Calcule quanto será gasto com moradia, sendo necessário considerar o custo do aluguel — ou do financiamento imobiliário, caso opte por adquirir o seu primeiro imóvel — e das contas mensais, como as de luz, água, telefone e internet.
Além disso, é necessário considerar o gasto com alimentação e hobbies, verificando se você conseguirá manter o seu padrão de vida.
2. Considere o estágio de sua carreira
É da natureza humana almejar uma melhoria constante em seu estilo de vida. Por isso, quando uma pessoa vive em um imóvel alugado, é comum que ela tenha o sonho de comprar uma casa própria.
O mesmo acontece profissionalmente, pois é comum que o trabalhador deseje receber promoções na empresa em que atua ou aspire exercer uma profissão que o remunere mais. Portanto, antes de deixar de viver com os seus pais, avalie a situação em que se encontra a sua carreira profissional. Afinal, já não é fácil conciliar as tarefas estudantis com as obrigações do trabalho. Imagine o quanto seria mais estressante se ainda existisse a pressão de ter que manter as contas de uma casa em dia?
Para evitar esse tipo de situação, avalie se você já tem todos os cursos e especializações que o permitam alcançar o cargo ou a remuneração que deseja. Caso seja preciso continuar investindo em seus estudos, analise se você terá as condições necessárias para manter sua profissionalização e quitar todas as despesas de uma residência.
3. Tenha um bom lugar para morar
Para que a experiência de sair da casa dos pais não seja traumatizante, é essencial tomar alguns cuidados ao escolher a residência em que passará a morar.
Nesse momento, será preciso saber quanto do seu orçamento mensal pode ser usado para manter os custos de moradia, pois isso o ajudará em sua busca. Lembre-se de que o valor dessa despesa é influenciado pela localização, pelo tamanho e pelas características do imóvel.
Antes de mais nada, é preciso estar ciente de que é normal você não ter condições de manter o padrão de moradia com o qual está acostumado em um primeiro momento. Para alcançá-lo, seus pais tiveram que batalhar durante vários anos.
Ao escolher a região, considere se ela se encontra próxima ao seu trabalho, pois você não deseja perder boa parte do dia no trânsito, certo? Além disso, prefira bairros que tenham uma boa estrutura de serviços e comércios, o que vai facilitar o seu dia a dia.
4. Divida as despesas (caso queira economizar)
Apesar de ser tentador ter um lugar apenas para você, muitas pessoas veem com bons olhos dividir uma residência para diminuir as despesas mensais.
Trata-se de uma estratégia inteligente para quem deseja sair da casa dos pais e não tem todos os recursos suficientes para se manter sozinho, já que permite ratear as principais contas (como a de aluguel) entre todos os moradores.
Para garantir uma boa convivência entre todos aqueles que vão viver no imóvel, é recomendado criar algumas regras claras, como fazer uma divisão das tarefas e estabelecer a forma com que será feita a limpeza da residência.
Por isso, é preciso ter muito cuidado ao escolher as pessoas com quem vai dividir as contas, já que não é raro existirem casos de conflitos.
Se você está em um relacionamento consolidado, uma boa dica é dar o próximo passo e ir morar com a pessoa amada. Considere isso como um test-drive para a vida de casado, pois muitos casais apenas se conhecem verdadeiramente depois que estão morando debaixo do mesmo teto.
5. Prepare-se psicologicamente
Muitas pessoas têm dificuldades para lidar com mudanças — ainda mais quando elas transformam completamente a forma de viver. Isso acontece quando o indivíduo deixa a casa dos pais e decide morar sozinho, já que os sentimentos de solidão e saudade são bastante comuns.
Como não é fácil sair da sua zona de conforto, é preciso se preparar psicológica e emocionalmente para essa nova fase da vida.
Procure considerá-la como uma etapa de crescimento pessoal. Afinal, você será obrigado a ir além de seus limites para criar responsabilidade e aprender novas habilidades.
Como planejar essa próxima etapa de sua vida?
Sempre que alguém tem um objetivo na vida, seja ele qual for, a melhor forma de alcançá-lo é elaborar um plano de ação para viabilizá-lo.
Com isso, será possível traçar a melhor estratégia que o permitirá realizar tal meta em um menor intervalo de tempo.
Não é diferente com o desejo de deixar de morar na casa dos pais: para transformar esse anseio em realidade sem cometer erros ou ter uma experiência traumática, a melhor estratégia é planejar. Com isso, você estará prevenido possíveis problemas que venham a acontecer.
A seguir, reunimos uma lista com sete dicas de planejamento para viabilizar essa mudança. Confira!
1. Tenha um planejamento financeiro
Todo objetivo, na maioria das vezes, necessita de dinheiro para que possa ser alcançado. Portanto, é fundamental ter um planejamento que permita manter suas finanças em dia. Desse modo, o primeiro passo que você precisa dar para sair da casa de seus pais é se preparar financeiramente.
Isso pode parecer difícil em um primeiro momento, ainda mais porque não existe uma boa educação financeira no Brasil. Mas, com a ajuda de um guia de finanças e dedicação, será possível controlar os seus custos e acumular capital.
Para fazer um bom planejamento financeiro pessoal, é preciso organizar todas as suas receitas e despesas. Com isso, você terá dados que o permitirão descobrir gastos em excesso e despesas que podem ser cortadas.
2. Aprenda a ser econômico
De nada adiantará saber para onde vai o seu dinheiro se você gastar mais do que recebe. Caso isso aconteça, serão grandes as chances de endividamento, o que pode trazer graves dores de cabeça. Por isso, para poder mudar de casa, tente manter as suas despesas bem abaixo do seu faturamento: isso trará certa tranquilidade para correr riscos e realizar feitos maiores.
Para reduzir as suas despesas mensais, é importante diminuir ou cortar os gastos supérfluos. Não é preciso deixar de ir a bares ou baladas, porém é necessário diminuir a frequência. Outra boa dica é controlar os gastos necessários. É possível economizar ao trocar marcas caras por outras mais baratas, já que não é raro encontrarmos produtos de qualidade em empresas menos conhecidas.
Lembre-se: ao sair da casa de seus pais, os seus custos mensais vão aumentar. Por isso, para que tal fase não seja traumática, uma boa dica é se adequar à nova realidade financeira ainda antes da mudança.
Veja também o episódio especial do podcast Sonhar&Morar:
3. Tenha uma reserva financeira
Para ter mais segurança em relação a imprevistos, todo especialista em finanças pessoais sugere a formação de um fundo de emergência. Assim, caso surja um gasto inesperado, você terá condições de quitá-lo sem prejudicar o seu estilo de vida.
Além dessa reserva, é recomendado para quem deseja sair da casa dos pais um fundo que permita custear as despesas da mudança. Afinal, além de gastos com carreto e burocracias, será preciso ter dinheiro para adquirir os móveis e os eletrodomésticos de seu futuro lar.
4. Levante todos os custos
Conforme já foi dito, ao sair da casa de seus pais, você se tornará o responsável por manter em dia todas as contas de uma residência. Com isso, será preciso pagar algumas despesas com as quais ainda não estava acostumado. Portanto, antes da mudança, procure saber quais serão os custos que você terá ao viver sozinho.
Com certeza, sua principal despesa será com a moradia. Por isso, reserve no máximo 30% de seu faturamento para quitar o aluguel — caso você opte por comprar um imóvel, considere a parcela do financiamento.
Também existem as contas mensais que permitem o bom funcionamento da residência, como as tarifas de gás, água, energia elétrica, internet, telefonia e condomínio, entre outras. É preciso estar ciente de que muitas dessas despesas são variáveis. Por isso, caso haja um consumo elevado de tais recursos, certamente seu bolso sentirá o impacto.
Não se pode esquecer dos gastos com supermercado. É nele que você deve tomar muito cuidado, pois esses estabelecimentos foram planejados para estimular o consumo e fazer com que o cliente compre mais do que precise.
5. Faça uma simulação de sua vida nessa próxima etapa
Todo mundo sabe que, tanto no esporte quanto no estudo, é preciso ter certa preparação para alcançar o resultado esperado.
Por isso, além de se preparar financeiramente para deixar a casa dos pais, que tal simular por três meses a vida que você levará quando estiver sozinho?
Nesse período, viva como se estivesse realmente sozinho. Assim, prepare as refeições, lave as suas roupas e pague todas as contas. Isso o permitirá ter uma noção do que será preciso fazer após a mudança.
6. Estude as possibilidades de alugar ou adquirir um imóvel
Muitas pessoas têm como principal objetivo em suas vidas a aquisição de um imóvel para que nunca mais precisem pagar aluguel.
Por isso, é comum vários jovens pensarem nessa alternativa, principalmente quando estão na iminência do casamento.
Mas comprar uma residência nem sempre é fácil — ainda mais quando se está começando a vida profissional. Por isso, o mais importante é avaliar cada situação, de modo a considerar as suas perspectivas futuras e analisar os custos envolvidos.
No entanto, o comprador deve estar ciente de que, para ter o seu pedido de financiamento imobiliário aceito, é preciso que ele tenha uma reserva financeira que possa ser usada para quitar a entrada do empréstimo.
7. Conheça os trâmites burocráticos
Muitos jovens não sabem que conseguir comprar ou alugar um imóvel não é tão simples quanto adquirir qualquer produto em uma loja.
Afinal, para trazer segurança aos envolvidos, esse tipo de transação envolve a assinatura e a análise de diversos documentos e contratos.
Para alugar uma residência, é comum que o proprietário exija do inquilino uma garantia de que não levará calote ou sobre qualquer dano em seu bem. Por isso, o locatário deve procurar por um fiador para o seu contrato, contratar um seguro fiança ou depositar um valor caução em uma conta.
Já no caso da aquisição de um imóvel, o comprador deve ficar atento às exigências da instituição financeira para aprovar o pedido do financiamento imobiliário. Além disso, existe uma grande variedade de documentos que devem ser analisados e de taxas que precisarão ser pagas antes que a mudança para o novo lar se concretize.
O que fazer ao sair da casa dos pais?
Ao deixar de viver com os seus pais e, consequentemente, entrar em contato com um mundo novo, você se torna o único responsável por sua vida e seu sucesso.
No entanto, ao sair da zona de conforto, a pessoa se vê obrigada a enfrentar o desconhecido — o que pode gerar insegurança e medo de cometer erros.
Além disso, há certas dúvidas quanto a como será a relação entre pais e filhos após essa mudança. Contudo, essa nova etapa é fundamental para o amadurecimento, pois a autonomia e a liberdade permite que uma pessoa cresça como indivíduo, o que pode despertar um potencial latente.
Para poder passar por essa fase sem grandes problemas, o ideal é aprender a lidar com as diversas situações que podem surgir. A seguir, reunimos algumas dicas do que você deve fazer após deixar a casa de seus pais.
1. Tenha controle sobre suas finanças
Muitos jovens, por não terem tido uma boa educação financeira, costumam passar por alguns problemas econômicos após deixarem a casa de seus pais. Por isso, conforme já abordamos neste artigo, é primordial ter um bom controle sobre suas finanças.
Para tanto, o primeiro passo é elaborar (e seguir) um bom planejamento financeiro, de modo a fazer com que os seus gastos sejam inferiores às suas despesas. Além disso, é preciso ter uma reserva de segurança para poder sanar qualquer imprevisto que venha a acontecer.
2. Aprenda a realizar as atividades domésticas
Após a mudança, junto à liberdade, vem uma triste realidade: você é o responsável por todas as atividades do lar. A menos que se pague alguém para fazê-las, será sua obrigação manter a casa limpa e organizada, preparar as refeições e lavar as roupas sujas.
Portanto, após perder a comodidade e o conforto proporcionados quando se vive com os pais, será preciso considerar essa mudança algo natural. Isso facilita a adaptação e permite que o aprendizado das novas habilidades aconteça mais rapidamente. Pode parecer difícil em um primeiro momento, mas a criação de tal responsabilidade faz parte do processo de amadurecimento.
3. Não tenha receio de pedir ajuda
Não é porque você decidiu morar sozinho que é obrigado a enfrentar todos os problemas e as dificuldades por si só.
Por se tratar de algo novo, com certeza a pessoa não terá a experiência e as informações necessárias para passar, da melhor maneira possível, pelas situações adversas que vão surgir. Por isso, é importante ter alguém para dar o suporte necessário durante essa fase de transição.
A pessoa pode ajudá-lo na organização da mudança, na pesquisa de um imóvel para morar ou, até mesmo, na escolha dos móveis que farão parte da decoração. Além disso, é bom contar com o suporte de alguém que lhe dê dicas valiosas nas atividades domésticas. O mais importante é: sempre que perceber a necessidade, peça ajuda a alguém.
4. Mantenha um bom diálogo com seus pais
Após a mudança de residência, inevitavelmente a relação entre pais e filhos vai mudar, sendo que o desafio é fazer com que o relacionamento melhore.
É comum surgirem os sentimentos de solidão e preocupação entre os progenitores, mas o diálogo é o melhor jeito de lidar com os problemas causados pela distância.
O importante é descobrir a maneira que mais atende à sua família, pois não existe uma fórmula mágica que determine a frequência exata de telefonemas e visitas que os filhos devem fazer. O recomendado é entrar em contato quando houver necessidade (ou os envolvidos sentirem saudades).
É bom estar ciente de que a falta de diálogo e as exigências são as principais causas dos afastamentos entre as pessoas, pois ninguém gosta de se sentir pressionado em um relacionamento. O importante é encontrar meios para equilibrar o relacionamento e se adaptar a essa nova realidade.
5. Saiba lidar com a saudade
É inevitável, mas ao não conviver diariamente com os seus pais, é comum que surja um sentimento de saudade. Afinal, ainda mais quando se decide viver em outra cidade, será comum não poder participar dos eventos familiares ou fazer parte do dia a dia de sua família. Por isso, é fundamental aprender a se conformar com essa nova realidade.
O importante é, sempre que for preciso ou possível, manter contato com a sua família. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, isso ficou muito fácil: por meio das videoconferências, é possível ver uma pessoa do outro lado da linha. O ideal é separar um momento de sua semana para isso.
É preciso estar ciente de que o sentimento de saudade será recíproco, sendo que os pais também o terão. Portanto, principalmente logo após a mudança, é necessário ter um pouco de paciência com eles, pois é comum que apresentem a “síndrome do ninho vazio” — a qual se baseia no surgimento de um quadro depressivo causado pela saída dos filhos de casa.
Como é possível perceber, ainda que não se trate de uma mudança fácil, deixar de viver com os pais é uma das mais importantes experiências que as pessoas podem ter na vida.
Além de experimentar a sensação de completa liberdade pela primeira vez, o jovem cria um dever de responsabilidade muito grande, pois se torna o principal responsável por sua vida.
Entretanto, é preciso tomar muitos cuidados para que a experiência não se torne traumática. Afinal, por se tratar de um mundo novo, é comum que sejam cometidos alguns erros capazes prejudicar o bom andamento dessa jornada. Por isso, é essencial se preparar para a nova fase da vida.
Assim, além de se preocupar em escolher um local decente para viver, será muito importante ter um eficiente planejamento financeiro.
Para se inspirar, que tal conferir a história de Suelen Marcelino, do perfil no Instagram “@umacasapraela”, que aos 24 anos comprou seu primeiro apê? Veja no episódio 26 do podcast Sonhar&Morar:
E se você também tem o plano de comprar um apartamento e sair da casa dos pais, que tal dar o próximo passo e aprender um pouco sobre o financiamento imobiliário?