As mulheres têm a maior parcela do poder de decisão na compra de um imóvel, mesmo que ele seja para acomodar toda a família. Isso é o que relata uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, publicada pela Exame, sobre a participação feminina na aquisição de imóveis.

A pesquisa mostra que, além de as mulheres levarem em consideração sentimentos como felicidade, empolgação e realização (em percentuais 10% a 20% maiores do que os dos homens), o empoderamento feminino também é um grande diferencial na escolha da moradia. Afinal, são as mulheres que estabelecem a maior parte das rotinas da família, que ainda hoje são as maiores responsáveis pelos cuidados com crianças ou idosos e que, além de tudo isso, em muitas camadas sociais, estão conquistando independência financeira e renda. Isso quando não são as únicas responsáveis pelo núcleo familiar.

O levantamento realizou uma coleta quantitativa com 409 pessoas com intenção de compra de imóvel, por meio de questionário para identificar as emoções presentes na jornada de compra com escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS). Além disso, foi realizada uma coleta qualitativa que envolveu 103 pessoas com intenção de compra de imóvel.

Já outro estudo, feito pela empresa Behup, mostra ainda que 21% das entrevistadas contaram ter decidido sobre a compra de seus imóveis sem a opinião do companheiro(a), enquanto apenas 12,4% dos homens relataram o mesmo. 

Além disso, 15% das mulheres contaram que seus companheiros(as) não contribuíram na escolha do imóvel, tendo sido as únicas na decisão. Ao mesmo tempo, no caso dos entrevistados do sexo masculino, esse número foi de 6,8%. A opinião dos parceiros(as) foi considerada importante para 49,6% das mulheres e 62,1% dos homens. 

Mulheres têm prioridade no Minha Casa Minha Vida

O programa habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida (MCMV) tem como objetivo minimizar o déficit habitacional brasileiro, ou seja, a quantidade de pessoas que não têm casa própria. Entre outros benefícios, ele oferece um subsídio para que as famílias consideradas de baixa renda consigam adquirir seu imóvel. Mas você sabia que as mulheres têm prioridade para obtenção desse subsídio?

Isso porque, como mostra o estudo sobre o déficit habitacional brasileiro, 60% das moradias inadequadas são ocupadas por mulheres, um total de 15 milhões. E o problema vem se agravando ainda mais entre o sexo feminino. Enquanto há um aumento médio de 7% de mulheres nessas condições ao ano, entre os homens essa taxa é de apenas 1,5%. As mulheres negras são as mais afetadas.

Como forma de buscar mitigar esse cenário, o programa passa a ter como prioridade, além das famílias de baixa renda, aquelas cuja responsável é uma mulher. Em seguida, estão as unidades familiares compostas por pessoas com deficiência, idosos, crianças ou adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade, e pessoas em situação de emergência ou calamidade e em deslocamento involuntário devido a obras públicas federais.

De acordo com a Lei 14.620, além de pertencer à Faixa 1 de renda, o programa “Minha Casa, Minha Vida” prioriza as famílias que:

  • Têm uma mulher como responsável;
  • Têm pessoas com deficiência, idosos e crianças e adolescentes com câncer ou doença rara crônica degenerativa; 
  • Encontram-se em situações de risco e vulnerabilidade;
  • Vivem em áreas afetadas por situações de emergência ou calamidade e que tenham perdido a moradia devido a desastres naturais;
  • Estão em deslocamento involuntário devido a obras públicas federais;
  • Encontram-se em situação de rua;
  • Além de povos tradicionais e quilombolas.

Assista a homenagem especial da MRV para o Dia Internacional das Mulheres.

Matéria originalmente publicada em 08/03/2023.