Sem dúvida, sair do aluguel é o sonho de muitos brasileiros. Porém, quando se pensa em comprar um imóvel, surge a primeira dúvida: quanto posso financiar com minha renda?
São muitos os fatores que devem ser considerados nessa hora, como as taxas de juros, as exigências dos bancos, se o imóvel será comprado por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) ou pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), além da própria renda do comprador, claro.
A partir da análise desses fatores, é possível saber quanto do valor do imóvel é possível financiar.
Ficou interessado? Então, siga a leitura e descubra como, no seu caso, fazer esse cálculo.
Por que financiar um imóvel?
O financiamento é um recurso cada vez mais procurado, já que possibilita que mesmo aquelas pessoas que ainda não contam com dinheiro suficiente para comprar um imóvel à vista consigam realizar o sonho da casa própria.
Contudo, o financiamento é, na verdade, um empréstimo. A instituição financeira paga à construtora ou ao proprietário do imóvel a quantia que o interessado quer financiar. Para saldar essa dívida, o comprador assume parcelas mensais, que podem ser pagas, geralmente, em até 30 anos.
Cada banco oferece condições específicas para o financiamento imobiliário. Por isso é importante estar atento a alguns itens, como:
- duração do contrato;
- facilidades de pagamento;
- limite permitido do valor do imóvel que será financiado;
- taxa de juros.
Quais são as exigências para contratar um financiamento?
As exigências dos bancos para conceder financiamento variam bastante. Por isso, certifique-se o quanto antes para não atrasar o financiamento. Os documentos básicos exigidos para quem pretende financiar um imóvel são:
Documentos: CPF e RG. Outros documentos que contenham foto, como a carteira de trabalho (CTPS) e a carteira de motorista (CNH) também poderão ser utilizados como formas de identificação.
Certidão de estado civil: certidão de nascimento para solteiros; para casados a certidão de casamento e, para união estável, a escritura pública de pacto antenupcial.
Comprovante de residência: conta de luz, água, telefone entre outras, com no máximo três meses de emissão.
Comprovante de renda: servirá para o credor avaliar o crédito no financiamento imobiliário. Quem trabalha em regime CLT deve apresentar comprovante dos últimos 3 anos de trabalho. Em outros casos, como profissionais autônomos, microempresários e outros profissionais que não possuem holerite, q declaração do Imposto de Renda serve.
Seguro MIP: geralmente os bancos exigem a contratação do seguro de Morte e Invalidez Permanente, que garante a cobertura do saldo devedor do contrato em caso de morte ou invalidez permanente dos
compradores, de acordo com a composição de renda.
Extrato do FGTS: se você pretende utilizar o saldo do seu FGTS no financiamento imobiliário, o extrato desse documento será necessário. Verifique as novas regras para utilização do FGTS.
Além de toda a documentação, ao optar por um financiamento, é importante se atentar às taxas de juros. A Selic, taxa básica de juros da economia, influencia todas as taxas de juros do País, incluindo as taxas de juros dos financiamentos.
A Selic teve queda em 2020, proporcionando diversos financiamentos naquele ano. Em dezembro de 2021, no entanto, fechou em 9,25% e, em 2022, seguiu tendo aumentos nos primeiros meses, diminuindo o poder de compra do brasileiro.
Quanto do imóvel pode financiar?
A Caixa Econômica Federal é um exemplo de banco que financia até 90% do valor do imóvel. Vale ressaltar que, quando se pode financiar 90%, o comprador é beneficiado, já que terá a possibilidade de pagar uma entrada menor.
Para tanto, é fundamental que o imóvel de interesse esteja enquadrado no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com preço de até R$ 1,5 milhão. Além disso, o comprador não pode possuir outros imóveis.
Outra opção de financiamento é por meio do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Nesse caso, não há limitações para valores do imóvel e é possível ter outra propriedade em seu nome. Porém, trabalhadores da iniciativa privada podem financiar até 70% do valor total. Já os funcionários públicos financiam até 80% do valor total no caso de imóveis novos e 70% se financiarem imóveis usados.
Ainda vale lembrar que, por meio do SFI, não é possível utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para a entrada ou pagamento de parcelas — a regra muda para quem opta pelo SFH.
Qual a renda mínima para financiar um imóvel?
Não é possível falar em renda mínima para financiamento sem que se leve em consideração o valor do imóvel. Isso porque as instituições financeiras se utilizam da regra dos 30%, ou seja, o valor desembolsado mensalmente para o pagamento das prestações não pode ultrapassar 30% da renda familiar. Portanto, essa condição vai determinar o valor do imóvel.
Trata-se de uma maneira de os bancos se protegerem contra a inadimplência. Mas a boa notícia é que o cálculo é feito sobre a renda da família, contabilizando os salários de todos os moradores da casa. Isso, sem dúvida, facilita a aprovação do financiamento e possibilita um limite maior, ou seja, a compra de um imóvel mais caro.
Para saber se você conta com a renda mínima para financiar um imóvel, faça antes uma simulação, considerando o valor do imóvel, o recurso necessário para a entrada e a duração do financiamento.
Uma família com renda mensal de R$ 6 mil, por exemplo, já dispõe de renda mínima para financiar um imóvel de R$ 180 mil a R$ 220 mil, desde que pague uma entrada de até R$ 66 mil.
Além da renda mínima, outros critérios são considerados pelo banco na hora de aprovar o financiamento:
Relacionamento com a instituição financeira
Um bom relacionamento com o banco pode até mesmo diminuir as taxas de juros. Isso, ao final, terá um impacto sobre o valor da parcela mensal e, consequentemente, sobre a renda familiar mínima necessária.
Por isso, se você é correntista ou faz com frequência transações financeiras com determinada instituição, negocie taxas de juros mais atrativas.
FGTS
O Fundo de Garantia possibilita uma entrada maior e uma consequente redução das parcelas. Assim, você não precisará comprovar uma renda tão alta. Mas, para utilizar o FGTS no financiamento da casa própria você deve se enquadrar em determinadas regras. Confira:
- ter, no mínimo, 3 anos de carteira assinada;
- não ter outro financiamento no SFH;
- não ser proprietário de outro imóvel residencial na cidade;
- residir ou trabalhar no município onde fica o imóvel em questão.
Além disso, a casa ou apartamento precisará seguir alguns critérios, como não ter sido objeto de operação com Fundo de Garantia nos últimos 3 anos.
Enfim, a renda familiar é decisiva para saber o valor máximo de um financiamento imobiliário, mas outros pontos devem ser considerados, como valor da entrada, taxas de juros do banco, sistema financeiro etc.
O melhor é sempre fazer uma simulação e utilizar de todos os recursos disponíveis para diminuir o valor das parcelas, como o FGTS, que, ao aumentar o montante de recursos da entrada, reduz o valor das prestações, exigindo uma renda menor por parte do comprador.
Agora que a dúvida “quanto posso financiar com minha renda?” foi esclarecida, saiba quanto tempo demora para um financiamento ser aprovado.