O aumento da Selic para 12,25%, anunciado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) no final de 2024, trouxe novos desafios para o mercado de crédito no Brasil. Entre os setores mais impactados está o de financiamento imobiliário, essencial para o acesso à casa própria. Com os juros mais altos, as condições de pagamento podem ficar mais restritivas, e o poder de compra dos brasileiros, mais limitado. Mas como exatamente a Selic em alta afeta o seu financiamento imobiliário? Vamos detalhar isso a seguir.
Selic em alta: o que acontece com o seu financiamento?
Com a Selic em alta, os financiamentos imobiliários ficam mais caros, pois as taxas de juros praticadas pelos bancos acompanham as oscilações da taxa básica, elevando o valor das parcelas. O impacto, no entanto, depende do tipo de contrato:
Contratos com taxa fixa
Quem possui um financiamento com taxa de juros fixa está em uma posição mais confortável. Nesses casos, as parcelas não são impactadas pelas mudanças na Selic, mantendo o valor acordado no momento da contratação. Isso oferece previsibilidade financeira – um alívio em meio a juros altos.
Contratos atrelados à Taxa Referencial (TR)
A TR, que esteve zerada por anos, começou a registrar valores positivos com a alta da Selic. Isso pode resultar em um pequeno aumento no valor das parcelas de financiamentos atrelados a esse índice, embora a variação seja geralmente moderada, uma vez que há pouca oscilação.
Contratos atrelados ao IPCA
Contratos atrelados à inflação tendem a ser mais impactados, já que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reflete diretamente a alta dos preços. Quando a inflação sobe, as parcelas desses financiamentos também aumentam. Isso pode pressionar o orçamento familiar, especialmente em um período de custos gerais mais altos.
O que fazer em um momento de Selic em alta?
Com a alta dos juros, muitas pessoas que já possuem financiamentos imobiliários podem se perguntar o que fazer para mitigar os efeitos dessa elevação. Veja algumas dicas:
Reajustes e renegociação
Para quem sente os efeitos da alta da Selic no bolso, uma alternativa é buscar a renegociação do financiamento. Muitos bancos oferecem a portabilidade de crédito, permitindo transferir o contrato para outra instituição que ofereça condições melhores.
Organização financeira
Além dos ajustes diretos nas parcelas, a alta dos juros pode impactar indiretamente o orçamento de quem possui um financiamento. Portanto, a organização financeira se torna essencial para lidar com possíveis reajustes nas parcelas e manter o orçamento em equilíbrio. Liste todas as despesas fixas e variáveis e identifique onde é possível economizar. Priorize os pagamentos essenciais, como o financiamento. Se possível, mantenha uma reserva financeira equivalente a pelo menos três meses das parcelas do financiamento. Isso ajuda a evitar atrasos em situações imprevistas.
Amortização antecipada
Sempre que houver folga no orçamento ou recursos extras, considere amortizar o saldo devedor. Isso pode reduzir o valor das parcelas ou o tempo total do contrato, diminuindo o impacto dos juros no longo prazo.
Investir em ativos de renda fixa
Se você possui uma reserva financeira, investir em produtos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, pode ser uma estratégia inteligente em um cenário de Selic alta. Com os juros elevados, esses investimentos tendem a oferecer retornos mais atraentes, o que pode ajudar a potencializar sua reserva e equilibrar suas finanças.
Focar em quitar dívidas de curto prazo
Se o financiamento não é sua única dívida, priorize o pagamento de dívidas de curto prazo, como cartões de crédito, que geralmente têm juros mais altos. Isso pode liberar mais recursos para o financiamento.
Lembre-se: o atual cenário de juros altos exige atenção redobrada e disciplina financeira, mas com organização e planejamento, é possível enfrentar os desafios.