O brasileiro costuma apostar na segurança e no potencial de valorização do mercado imobiliário, fazendo desse segmento uma das primeiras escolhas na hora de investir o seu dinheiro. No entanto, o lado financeiro pode ser encarado como um fator limitante do setor.
Mas você sabia que é possível comprar imóvel com pouco dinheiro? O fato é que, por meio de algumas atitudes simples e escolhas adequadas, sobretudo se você estiver elegível para alguns dos programas habitacionais disponibilizados pelo Governo Federal, é possível fazer uma aquisição que atenda às suas necessidades e não estoure o seu orçamento. Continue lendo e descubra como.
Entendendo os programas habitacionais do Brasil
Os chamados programas habitacionais nada mais são do que mecanismos financeiros que os governos criam em forma de subsídios para proporcionar a chance de que as pessoas possam adquirir imóveis, deixando as unidades mais acessíveis, especialmente para quem ocupa uma faixa de renda mais baixa ou mesmo populações carentes.
Eles existem há muitas décadas, com mudanças no nome e no formato, mas o mais conhecido, provavelmente, ainda é o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que foi iniciado no ano de 2009 e trazia boas condições, facilidades no pagamento e baixas taxas de juros para quem deseja adquirir a primeira casa ou apartamento, dentro das regras estabelecidas.
O MCMV vem sendo substituído pelo Casa Verde Amarela, mas isso não alterou, ao menos de forma significativa, as regulamentações de participação. O fato é que, a partir da elaboração dos programas habitacionais do Brasil, as próprias construtoras passaram a fazer empreendimentos que se enquadrassem nessa possibilidade.
Isso quer dizer que os imóveis, para ficarem elegíveis, devem estar dentro de normas internacionais, como a ISO 9001, ou mesmo nacionais, como a de Edificações Habitacionais — Desempenho (NBR 15575). É uma maneira de, mesmo com preços acessíveis, garantir a segurança e uma estrutura básica de habitabilidade.
A própria Caixa Econômica Federal, que é o banco que mais fornece crédito para o setor imobiliário do País, inclusive por meio dos programas habitacionais, criou um sistema de avaliação chamado “De Olho na Qualidade”, que lista alguns pontos relevantes, aos quais o comprador deve ficar de olho ao receber a unidade que adquiriu.
Um pouco mais sobre o Casa Verde e Amarela
Como dissemos, o Minha Casa Minha Vida vem sendo substituído pelo programa Casa Verde e Amarela, de forma que as novas necessidades, expectativas e demandas dos consumidores estejam em melhor sintonia com as possibilidades e a capacidade de auxílio do Governo Federal. Por isso, alterações foram realizadas nesse sentido.
As novas medidas servirão para estimular a aquisição de moradia nas populações com uma renda mais baixa, com uma meta de atender cerca de 1,6 milhão de famílias até o ano de 2024. A reformulação passa também por regularizar algumas residências construídas em áreas sem estrutura, uma das críticas feitas ao modelo do MCMV.
Muitos dos conjuntos habitacionais antigos do programa estão situados muito longe de centros urbanos, sendo que algumas das casas edificadas nem sequer contam com a escritura, algo que é ilegal perante a legislação vigente. A Casa Verde e Amarela funciona em três frentes: financiamentos, regularização fundiária e reforma de obras.
No caso do financiamento, a população fica divida em 5 faixas de renda:
- Famílias com renda mensal bruta de até R$ 2.400,00: Você pode adquirir seu imóvel com taxa de juros nominal de até 4,75% a.a. e, para cotistas2 do FGTS, taxa de 4,25% a.a.
- Famílias com renda bruta de R$ 2.400,01 até R$ 2.600,00: A taxa de juros nominal do seu financiamento pode chegar até 5,25% a.a. e, para cotistas2 do FGTS, taxa de 4,75% a.a.
- Famílias com renda bruta de R$ 2.600,01 até R$ 3.000,00: A taxa de juros nominal do seu financiamento pode chegar até 6% a.a. e, para cotistas2 do FGTS, taxa de 5,50% a.a.
- Famílias com renda bruta de R$ 3.000,01 até R$ 4.000,00: A taxa de juros nominal do seu financiamento pode chegar até 7% a.a. e, para cotistas2 do FGTS, taxa de 6,5% a.a.
- Famílias com renda bruta de R$ 4.000,01 até R$ 7.000,00: Para essas famílias, na aquisição da casa própria, é disponibilizada taxa de juros nominal de 7,66% a.a4 e, para cotistas2 do FGTS, taxa de 7,16% a.a.4.
Como funcionam os subsídios do governo
Como dissemos, os subsídios do governo são concedidos, sobretudo, para pessoas que vivem com uma faixa de renda mais baixa, de forma que as condições dos financiamentos realizados por elas sejam mais atrativas. Na prática, acaba sendo um tipo de desconto nas prestações, diminuindo, em última instância, o valor final a ser pago pelo usuário.
Sendo assim, o Programa Casa Verde e Amarela serve para viabilizar a compra de uma moradia ou, dependendo do caso, como vimos, a sua regularização ou a execução de reformas. Vale lembrar que, via de regra, esse benefício só é oferecido para a aquisição do primeiro imóvel de uma família.
O principal ponto analisado é a renda bruta familiar, uma vez que as condições oferecidas variam de acordo com ela. Nesse caso, quanto menores os rendimentos, maiores os subsídios. Por isso mesmo, existe um teto máximo que limita o valor a ser concedido. Hoje o valor máximo do imóvel para financiamento é de R$ 264 mil.
Outra questão que merece ser ressaltada é que, caso a pessoa esteja envolvida em alguma irregularidade ou fraude, ela pode ser obrigada a devolver o dinheiro. Sendo assim, para se candidatar, além de se enquadrar nas faixas previstas, é preciso ter mais de 18 anos, ser brasileiro ou naturalizado e não ter participado de outro programa ou financiado outro imóvel.
Benefícios de realizar o sonho da casa própria
Agora que você já viu que é possível comprar imóvel com pouco dinheiro, aprendeu um pouco mais sobre o Casa Verde e Amarela e observou como funcionam os subsídios do Governo Federal, é bem provável que esteja cogitando investir em uma casa própria. Porém, se você ainda tem dúvida, confira abaixo alguns dos benefícios de fazer essa escolha.
Investimento no próprio patrimônio
Um ponto que deixa muitas pessoas desconfortáveis quando pagam aluguel é que esse dinheiro, que tende a ser bem considerável nos grandes centros urbanos, acaba sendo “perdido” todos os meses, ou seja, gasto em algo que não traz retorno em longo prazo. Já quando você parte para a casa própria, a coisa muda completamente de figura.
Ainda que as prestações de um financiamento tendam, dependendo do caso, a custar um pouco mais caro, os recursos serão investidos em algo perene e duradouro, que é o seu próprio patrimônio. Além disso, ao contrário de outros tipos de aplicações financeiras, a segurança do setor é imensa e propriedades quase sempre se valorizarão.
Possibilidade de personalização
É bem provável que você saiba que, quando estamos morando em algum local por meio de uma relação de aluguel, qualquer mudança ou alteração no imóvel precisa contar com a expressa autorização do proprietário. Além disso, não é muito motivante investir ou fazer reformas em um imóvel que não é seu, não é mesmo?
Já com uma casa própria, o cenário é outro. Você poderá mudar o lugar como bem entender, adequando os ambientes para as demandas, necessidades e preferências da sua família. Se você quer um conceito aberto, derrube umas paredes. Vai ganhar mais um filho? Construa outro quarto e banheiro. Sendo dono da unidade, sua criatividade é o limite!
Maior conforto e segurança
Não dá para falar dos benefícios de realizar o sonho da casa própria sem citar que isso traz muito mais conforto e segurança para a vida de qualquer pessoa. Afinal, quando você está alugando, você fica à mercê do proprietário e, por mais que existem regras previstas em contrato, você nunca sabe quando terá que renegociar ou até partir para uma mudança.
Já com um imóvel que é só seu, essas inseguranças e medos serão coisa do passado, tendo em vista que você e seus familiares poderão aproveitar esse investimento ao longo de toda a vida. Caso o salário atrase ou o mercado local se valorize muito, não haverá preocupação com eventuais reajustes ou dificuldades no pagamento do aluguel
Futura fonte de renda
Você pode até não ter pensado sobre isso em um primeiro momento, mas ter uma casa própria também pode significar uma fonte de renda no futuro, no caso de alguma eventualidade. Obviamente, por ser um bem durável e altamente valorizado, sempre haverá a possibilidade de vendê-lo por um preço maior e comprar um novo.
Uma alternativa é obter renda passiva por meio da locação, caso você opte por morar em outro lugar. Ao alugar sua propriedade, você conseguirá um dinheiro a mais todos os meses, o que pode ser um complemento para a sua aposentadoria, por exemplo. Por isso, é uma excelente forma de investimento, que poderá ser passada de geração em geração.
Sensação de realização pessoal
É inegável que chega um momento na vida no qual comprar uma casa, um apartamento ou um imóvel na planta significa uma tremenda realização pessoal. Como dissemos, o mercado imobiliário é extremamente valorizado no Brasil e, por isso mesmo, muitos trabalhadores passam anos sem conseguir concretizar a aquisição de uma propriedade.
Por outro lado, se você efetiva essa conquista, pode ser considerado um privilegiado e um grande vencedor. Por melhor que seja sua relação com o locador, no fundo, você sabe que aquele não é o seu patrimônio de verdade. Ser o dono de seu lar trará a percepção de segurança, tranquilidade, acolhimento e grande satisfação.
Adeus às burocracias do aluguel
O Brasil é um País extremamente burocrático e isso não é novidade para ninguém. No entanto, muitas pessoas por aqui tem verdadeiro pavor a terem que ficar lendo as minúcias do contrato, reunindo a documentação para renovações ou ficar negociando os valores com o locador. Sendo dono da sua casa, você poderá dar adeus a tudo isso.
As visitas a cartórios para reconhecimento de firma e certidões serão coisa do passado e você só precisará fazer a negociação de compra, uma única vez. É muito bom saber que você terá mais que busca um fiador ou passar pelos diversos outros incômodos de inquilino. A compra revolve esses problemas de maneira rápida, eficiente e definitiva.
Consolidação dos vínculos
Talvez você ainda não tenha pensado sobre isso, mas se tornar dono da sua própria casa é algo que permite uma grande consolidação de vínculos, tanto para você quanto para sua família. Afinal, sendo um locatário, você fica à mercê das decisões do locador, o que pode fazer com que você precise de mudar para outro lugar ao final de cada contrato.
Contudo, se você é o proprietário, é muito provável residir ali por anos ou até mesmo décadas. Isso ajuda a concretizar planos e relações, fomentando a amizade com os vizinhos, fazendo que seus filhos cresçam juntos às outras crianças do bairro e que sentimentos como solidariedade, companheirismo e parceria façam parte do seu dia a dia.
Facilidades na aquisição
Ao contrário do que muita gente pensa, uma das grandes vantagens de comprar a casa própria é a facilidade na aquisição. Por mais que os valores do mercado imobiliário brasileiro sejam elevados, até por conta dos inúmeros benefícios que oferece, é possível encontrar bons preços, excelentes condições de pagamento, prazos extensos e entrada facilitada.
Por meio dos simuladores de financiamentos, por exemplo, você já fica sabendo quanto será a parcela e quanto precisa guardar por mês para não ficar inadimplente. Se você quiser fazer o seu dinheiro valer ainda mais, outra boa dica é procurar por unidades na planta e negociar diretamente com a construtora, pois são imóveis com um excepcional custo-benefício.
Potencial de valorização
Não dá para falar dos benefícios da casa própria sem falar do grande potencial de valorização que as propriedades experimentam no Brasil. Aliás, vale a pena perceber que você poderá lucrar ainda mais se fizer algumas escolhas estratégicas, apostando em unidades que estejam em regiões de crescimento, situadas dentro de condomínio ou na fase de obras, por exemplo.
Com o passar dos anos, esses imóveis custarão muito mais do que você pagou, aumentando o seu patrimônio sem que você tenha nenhum risco ou trabalho para isso. É um investimento seguro e praticamente livre de riscos financeiros, que poderá ser usado por você e sua família apenas fazendo as manutenções e melhorias que vocês bem desejarem.
Modernização do espaço
Não é incomum vermos locadores que não fazem os devidos reparos e reformas nas suas propriedades, enxergando esse patrimônio apenas como uma fonte de renda passiva, que não demanda maiores investimentos. Essa é uma visão bastante errada, que pode prejudicar a qualidade de vida e o dia a dia dos inquilinos.
Por outro lado, quando você tem uma casa própria, você pode modernizar o espaço, basta organizar as suas finanças e observar quais ambientes estão defasados, até para que as demandas e necessidades da sua família sejam bem atendidas. Muitas vezes, até mudanças simples, como a instalação de mais pontos de tomada, podem fazer uma grande diferença.
Final das surpresas desagradáveis
Um aspecto que é um dos campeões de reclamações entre locatários e causa muitos atritos com os locadores é quando surgem problemas inesperados na relação de aluguel. Embora exista um dispositivo legal para trazer jurisprudência para o mercado, chamado de Lei do Inquilinato, é bastante comum haver desavenças e até atritos judiciais.
Os reajustes, por exemplo, podem ocorrer anualmente ou de acordo com o contrato, mas eles podem ficar com pouca sintonia com a realidade no caso de crises ou oscilações econômicas, por exemplo. Como resultado, pode ser necessária uma longa negociação, que nem sempre terá um final feliz. Com a casa própria, esse tipo de problema jamais ocorrerá.
Economia em longo prazo
Quando pensamos na compra de uma casa ou apartamento, logo pensamos em despesas, visto que os preços pedidos pelas propriedades são bastante elevados, sobretudo em grandes cidades e centros urbanos. Entretanto, o que você talvez não saiba é que, se colocarmos tudo na ponta do papel, é bem provável nos depararmos com uma bela economia em longo prazo.
Isso ocorre porque, na medida em que adquirimos uma casa ou um apartamento, a nossa mente fica voltada para o lado financeiro. Sabemos quando precisamos poupar e paramos de gastar com supérfluos, investindo em um patrimônio que é nosso. Tudo fica ainda mais visível se você fizer um bom negócio, achando oportunidades ou apostando em um imóvel na planta.
Quanto guardar e como juntar o valor de entrada
Você viu quantos incríveis benefícios que a aquisição de uma casa própria pode proporcionar não apenas para você, mas também para os seus familiares, em curto, médio e longo prazos. No entanto, para fazer o investimento, você precisa saber quanto guardar e, principalmente, como juntar o valor de entrada.
Use uma planilha física ou digital
A primeira coisa que você deve saber é que, embora não exista um percentual fixo definido, boa parte dos bancos e instituições financeiras exigirá que você dê entre 20% e 30% do preço total do imóvel como entrada. Caso você opte por comprar uma casa ou apartamento na planta direto com a construtora, o pagamento pode ser facilitado.
Sendo assim, é bastante recomendável você não tentar fazer tudo de cabeça. Uma planilha de papel ou mesmo uma versão digital, por meio de aplicativo, tendem a ser uma ajuda valiosa. Ali você vai anotando suas despesas e quantias recebidas, vendo quanto sobra por mês, cortando gastos supérfluos, analisando prazos e organizando suas contas.
Cogite a venda de outros bens
Você fez uma planilha, já cortou todos os gastos supérfluos, cogitou conseguir uma renda extra e mesmo assim não está conseguindo juntar o valor da entrada? Acalme-se! Essa é uma situação comum para a grande maioria dos brasileiros e, se você não tem tempo a perder, é hora de cogitar novas possibilidades e ver se não existem outros caminhos.
Uma opção que não pode ser menosprezada é a de vender outros bens. Você tem um carro, mas pode usar o transporte público? Herdou joias da família que ficaram guardadas? Comprou um terreno que está parado? Todos esses itens, se bem vendidos, podem dar um ótimo retorno financeiro, que servirá, parcial ou totalmente, como valor de entrada.
Não deixe seu dinheiro parado
Não importa se você está juntando um pouco todos os meses ou conseguiu montantes maiores com a venda de outros bens: o seu dinheiro não deve, sob hipótese alguma, ficar parado. No entanto, você não pode deixar de considerar alguns pontos fundamentais na hora de selecionar os tipos e perfis das aplicações que vai fazer.
Afinal, não adianta nada se empolgar para acelerar o processo e perder tudo em investimentos arriscados, não é mesmo? Se você não domina o mercado financeiro, tente conversar com o gerente do seu banco e explicar suas intenções. Existem alternativas seguras e mais rentáveis que a poupança, como Títulos Públicos, Letras de Crédito, entre outros.
Como se preparar para os impostos
Depois de conhecer tantos benefícios e entender como guardar recursos para a entrada, você pode estar achando que os seus problemas estão resolvidos e as despesas equacionadas. No entanto, não se esqueça que estamos no Brasil, um dos países mais burocráticos do mundo. A seguir, veja as taxas e impostos para os quais você precisa se preparar.
ITBI
Você já deve ter ouvido falar sobre a sigla ITBI, que quer dizer Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis. Trata-se de um dos tributos mais conhecidos do mercado imobiliário, que deve ser pago pelos compradores e é de origem municipal, ou seja, os recursos vão para a prefeitura da cidade na qual está situada a propriedade.
O seu cálculo utiliza como base o valor venal do imóvel, com alíquotas que variam entre 2% e 4%, dependendo da região. Em alguns locais, é possível conseguir parcelamentos e prazos estendidos, embora o mais comum seja pagar à vista. A isenção pode ocorrer em financiamentos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), no caso da primeira aquisição.
Taxa de evolução da obra
A taxa de evolução da obra não é propriamente um imposto, mas sim uma taxação que é cobrada no caso de aquisição de um imóvel na planta por meio de financiamento. Essa é uma possibilidade altamente vantajosa, que pode oferecer preços muito atrativos e condições interessantes, pelo fato de a negociação ser feita diretamente com a construtora.
É um dispositivo comum e em sintonia com a lei vigente, sendo conhecido também como “juros de obra”. O conceito se embasa na existência de encargos arrecadados pelo banco junto à empresa pelo empreendimento, que são repassados aos clientes. No entanto, vale lembrar que ela só pode ser cobrada se estiver especificada no contrato.
Taxa de corretagem
A taxa de corretagem é mais um item que você precisa considerar para realizar o sonho da casa própria. Ela diz respeito à comissão que é paga para o corretor de imóveis que fez a intermediação da sua negociação. Naturalmente, pode haver variação de acordo com o local e o profissional, mas o percentual costuma ser de 5% a 6% do valor da propriedade.
Via de regra, o pagamento é atribuído ao vendedor, mas não há impedimentos para que isso seja negociado ou até dividido entre as partes. Isso é importante, visto que, em alguns casos, quem está procurando um local para morar contrata uma imobiliária ou corretor para prestar consultoria e pesquisar as oportunidades disponíveis no mercado.
Escritura pública
A escritura pública é imperativa para quem compra um imóvel à vista e tem valores diferentes de acordo com o estado no qual ela é elaborada. No entanto, se você optou por financiar, saiba que o contrato de financiamento que deve ser emitido pelo banco a substitui, tendo absolutamente a mesma validade legal.
Para fazê-la é preciso se dirigir ao cartório de notas local, apresentando a documentação necessária, com as devidas identificações e anuência das partes. Por se tratar de um imposto estadual, como dissemos, os prazos também são variáveis, tornando recomendável uma consulta no respectivo tabelionato da sua região.
Registro do imóvel
Você pegou o ITBI, as outras taxas e já solicitou a escritura pública? Pois sua missão ainda não chegou ao fim. Há um ditado no mercado imobiliário que diz que “só é dono quem registra” e, por isso mesmo, você precisa registrar o imóvel no seu nome, o que só poderá ser feito através desse documento, fichado e averbado no cartório local.
O preço varia de acordo com o estado do imóvel, mas costuma ficar entre 3% a 5%. Você não deve esperar para a sua elaboração, visto que é o Registro de Imóvel que efetiva a transferência de propriedade, ao menos do ponto de vista legal, bem como é o documento que contempla todas as alterações jurídicas pelas quais aquele bem passou até então.
Quais os principais imprevistos ao comprar imóvel
Finalmente você terminou todas as etapas e realizou o sonho da casa própria! É um momento de grande felicidade e que deve ser comemorado, visto que proporciona todos os benefícios que falamos acima e uma segurança de longo prazo, pois ninguém mais tira o que é seu. Porém, ainda podem ocorrer alguns imprevistos. Veja abaixo quais são e como lidar com eles!
Necessidade de obras e reparos
Se você optou por comprar um imóvel usado, é bom que já esteja preparado para algumas pequenas obras ou reparos. Por mais que você tenha feito uma avaliação minuciosa da unidade e não tenha encontrado maiores problemas, sempre tem algo que pode ser melhorado ou que passou despercebido pelo novo proprietário.
O ideal é manter os olhos atentos e já avaliar a relação de materiais com alguma loja para conseguir descontos e ficar sabendo das melhores promoções. Dessa maneira, dá para ajustar as tomadas, trocar um chuveiro antigo, ajeitar o piso, dar uma demão de tinta, atualizar os metais e assim por diante, de acordo com suas preferências.
Dinheiro gasto com a mobília
Por um lado, você precisará gastar algum dinheiro com obras e pequenos reparos, mas por outro, o impacto financeiro pode advir de um artigo muito importante para o estilo de vida da sua família: a mobília. Ela deverá refletir não apenas as suas preferências de decoração, mas também as funcionalidades que você mais precisa durante sua rotina.
Uma mesa que comporte todos os seus visitantes, por exemplo, pode ser imprescindível, assim como um rack para sua televisão e aparelhos de som. Camas de alto padrão também são um bom investimento, pois você precisa descansar com tranquilidade na sua nova moradia. Complete isso com sofás, poltronas e artigos para o quarto das crianças.
Localização pouco favorável
Um dos erros mais comuns entre as pessoas que compram imóveis é não conhecer a fundo a localização e as adjacências. Embora a internet facilite boa parte das informações e permita que você consiga ver detalhes dos cômodos e até do condomínio, o ideal é que você vá pessoalmente ao local algumas vezes, em diferentes horas do dia.
Leve em consideração as características importantes, como o atendimento de serviços básicos, a proximidade de pontos de interesse e os índices de criminalidade da área. Além disso, pode ser uma chance de encontrar boas oportunidades, caso você se depare com empreendimentos que estão em lugares que estão recebendo investimentos e contam com um viés de crescimento.
Dificuldades na adaptação familiar
Outro dos principais imprevistos ao comprar imóvel que você pode experimentar são as dificuldades de adaptação familiar. Isso é ainda mais comum quando você muda para um local completamente diferente do que está habituado, bem como quando você tem filhos pequenos e em idade escolar. O segredo é não se afobar e manter a calma.
Quando você tem sua casa própria, você tem a prerrogativa de saber que poderá ficar ali por muitos anos ou até mesmo décadas. Com isso, dá para ir se adequando aos poucos, conhecendo o bairro e as pessoas no seu ritmo. Deixe os sentimentos nostálgicos de lado e esteja aberto a novas experiências, pois elas poderão ser surpreendentemente boas.
Como conquistar uma boa organização financeira
Agora que você já entendeu melhor os programas habitacionais do Brasil, aprendeu um pouco mais sobre o Casa Verde e Amarela e viu como funcionam os subsídios do governo, vamos dar algumas dicas de organização financeira para que você consiga adquirir o imóvel que deseja, sem passar apertos no final do mês.
Conheça sua renda verdadeira
Muitas pessoas acham que conhecer a própria renda consiste em apenas saber o próprio salário, mas a realidade é bem diferente. Qualquer pessoa tem despesas fixas, que não variam de um mês para o outro e que, dessa maneira, acabam abatendo, invariavelmente, o rendimento e as suas condições financeiras como um todo.
Sendo assim, esse conhecimento sobre as suas finanças passa a ser muito importante. Avalie, por exemplo, quanto você gasta com o aluguel, taxa de condomínio, escola das crianças, plano de saúde, academia de ginástica, financiamento do carro e assim por diante. Feito isso, você saberá realmente quanto tem para investir em novos projetos.
Realize cortes estratégicos
Depois de conhecer melhor as suas próprias finanças, é hora de dar o passo seguinte, que é a realização de cortes estratégicos. A maioria das despesas que citamos acima é fixa e, dessa maneira, não pode ser eliminada. No entanto, existe muita coisa que você pode estar pagando desnecessariamente, algumas das quais até mesmo sem saber.
Faça uma avaliação cuidadosa e analise a possibilidade de reduzir alguns custos, como o pacote da TV a cabo, pedidos de fast-food, compras por impulso e assim por diante. Converse com seu cônjuge e com seus filhos sobre essa nova necessidade, pois o planejamento para a aquisição de um imóvel é algo que impactará a vida de todos vocês.
Tente fugir do cartão de crédito
O cartão de crédito pode ser um dos piores inimigos de quem não deseja gastar dinheiro com supérfluos e precisa economizar para fazer uma grande aquisição. Embora seja um recurso interessante no caso de surgirem emergências financeiras, as suas taxas de juros exorbitantes devem fazer com que essa nunca seja sua primeira opção de compras.
Como se não bastasse, ainda há um fator psicológico importante, pois as pessoas tendem a não perceber a despesa enquanto a fatura não chega. No entanto, nesse momento, pode ser tarde demais para o seu bolso. Prefira sacar o dinheiro vivo e pagar diretamente, pois isso acaba sendo um estímulo a mais na hora de economizar um pouco.
Escolha o tipo de imóvel
Para comprar imóvel com pouco dinheiro, antes de mais nada, você precisa escolher o tipo de propriedade que atende às suas demandas e às necessidades da sua família. Entre as opções disponíveis, estão casas e apartamentos, sejam ele novos, usados ou mesmo imóvel na planta. Cada alternativa tem, logicamente, suas vantagens e desvantagens.
Em linhas gerais, os usados, por serem mais antigos, costumam ficar nos bairros mais tradicionais e com localização privilegiada. Os novos ou na planta, por outro lado, têm instalações mais modernas e em sintonia com o estilo de vida atual. As casas são perfeitas para quem gosta de privacidade, enquanto os apartamentos tendem a conferir maior praticidade.
Não abra mão da sua saúde
É comum que, em algum momento da vida, a gente deixe de se cuidar um pouco, em prol de uma conquista importante. Porém, embora essa seja uma estratégia bastante comum, é preciso ter parcimônia, pois se você adoecer ou tiver um problema grave, é muito provável que as suas despesas sejam bem maiores.
Essa também pode ser uma boa oportunidade de economizar ao largar alguns vícios. Se você é fumante, por exemplo, deixar de comprar os maços diariamente vai ser uma bela despesa a menos. Para os viciados em refrigerante, trocar por água é um hábito vantajoso. Além disso, você ganha mais disposição e passa até a trabalhar melhor.
Quite as suas principais dívidas
Assim como no caso do cartão de crédito, as dívidas que você tem podem minar as suas economias, especialmente se você pagar altas taxas de juros por elas. Além disso, mesmo que você faça uso de um subsídio oriundo de programas habitacionais, ainda que as taxas sejam atraentes, você terá que pagar as parcelas todos os meses.
Nesse contexto, quitar seus débitos é a melhor estratégia, até para reduzir ao máximo a existência de outros compromissos e pendências. Se for preciso, cogite vender o carro ou pedir ajuda de familiares. Outra boa tática é tentar negociar bastante com os credores, visto que eles estão diretamente interessados em receber e podem oferecer bons descontos.
Monte uma reserva emergencial
Outra estratégia bacana para quem deseja comprar um imóvel é tentar montar uma reserva emergencial. Por mais que você se enquadre em faixas baixas dos programas habitacionais, sempre há a necessidade de pagar um percentual de entrada, que costuma ser de 30% do preço do imóvel, mas, dependendo do subsídio, pode cair para 10%.
Independentemente disso, você precisa estar preparado para arcar com alguma quantia. A partir do momento que você conheceu melhor os seus rendimentos e fez cortes estratégicos, você pode ir juntando algum dinheiro, todos os meses, de maneira constante. O mais importante é ter disciplina, mesmo que você comece com bem pouco.
Não deixe de aplicar o seu dinheiro
Mesmo que você não tenha muito guardado, deixar seus recursos na poupança não é, definitivamente, a melhor opção. O ideal é que você faça uma aplicação inteligente, de forma que tenha algum rendimento todos os meses. Como nossa inflação varia bastante, deixar o seu capital parado fará com que perca poder de compra.
Existem muitas aplicações que oferecem excelente segurança, entre as quais se destacam os títulos públicos, CDB, LCA e LCI. Mesmo que você não entenda muito sobre o mercado financeiro, não se assuste: converse com o seu gerente, explique suas demandas e ouça o que ele tem a falar. É a melhor forma de evitar erros e ainda lucrar um pouco.
Verifique seu saldo no FGTS
O famoso FGTS, sigla para Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, é uma alíquota criada justamente para ajudar o trabalhador brasileiro, sobretudo na aquisição do seu primeiro imóvel. No entanto, ainda assim, muitas pessoas sequer sabem quanto têm nessa conta e acabam não considerando um valor que poderia ajudar bastante.
O seu uso é permitido tanto para a aquisição quanto para o financiamento de propriedades, inclusive em programas de subsídios habitacionais. Além disso, vale fazer o saque para esse investimento, uma vez que o rendimento no FGTS é muito baixo, ficando, na maioria das vezes, abaixo até da inflação do ano.
Faça um bom planejamento
Depois de seguir todas as dicas anteriores, você pode partir para o planejamento propriamente dito, que viabilizará a compra de um imóvel, mesmo com pouco dinheiro. Coloque tudo o que você decidiu e estipulou no papel ou, se você for adepto de soluções mais tecnológicas, em um aplicativo de notas ou similares.
Você deve incluir suas receitas, despesas, quanto você economiza mensalmente, os imóveis que despertaram seu interesse, suas aplicações, o saldo do FGTS, dívidas que ainda estão sendo pagas e até projeções financeiras para os próximos meses. Com isso, você poderá tomar decisões mais acertadas e realinhar estratégias, se necessário.
Alguns cuidados ao comprar imóvel com pouco dinheiro
Você já domina o conceito de programas habitacionais do governo e como funcionam os subsídios oferecidos, de acordo com a faixa de renda e outros requisitos. Aprendeu também a organizar a sua vida financeira para comprar um imóvel com pouco dinheiro. Agora, vamos mostrar quais cuidados você deve ter nesse processo.
Faça uma pesquisa de mercado
O primeiro dos cuidados ao comprar imóvel com pouco dinheiro consiste em fazer uma pesquisa de mercado. Afinal, você deve compreender melhor o segmento no qual alocará um recurso tão importante, usando esse conhecimento como parâmetro para saber se o que estão pedindo é justo ou acima do esperado.
Você deve, especialmente, comparar unidades com características semelhantes àquelas que você e sua família precisam e esperam, como o número de quartos, o tempo de construção, a presença ou não de área de lazer e assim por diante. Acaba sendo uma maneira também de adequar o seu orçamento à realidade dos imóveis disponíveis.
Observe o estado de conservação
Outro cuidado importante para você que deseja aprender como comprar imóvel com pouco dinheiro é observar o estado de conservação, especialmente no caso de unidades usadas. Isso é crucial, tendo em vista que, detalhes que possam passar despercebidos podem pesar bastante no seu bolso depois da aquisição.
O piso é um bom indicador e a presença de estufamentos ou quebras pode indicar problemas maiores. Se a sua opção for por uma casa, não deixe de verificar como está o forro e o telhado, pois reparos nesses itens podem custar caro. Se for possível, vale levar um profissional que possa ajudar no processo de avaliação.
Avalie o sistema elétrico
Infelizmente, não é raro vermos, em muitos locais do Brasil, a presença de instalações que não estão de acordo com os padrões adequados, inclusive previstos por lei. As famosas “gambiarras” são muito comuns podem demandar um alto investimento para sua adequação, além de colocarem em risco a vida dos moradores.
Por isso, ao comprar imóvel com pouco dinheiro, você não pode deixar de analisar o sistema elétrico. Comece pelo quadro de energia, buscando por sinais de curtos-circuitos ou sobrecarga. Observe também as tomadas, testando quando for possível, assim como as lâmpadas e aparelhos eletrônicos, caso estejam no local.
Verifique a parte hidráulica
A parte hidráulica é uma das campeãs de problemas em imóveis de baixo custo e, por isso mesmo, merece toda a sua atenção na hora da compra. Problemas nesse ponto podem custar muito caro e demandam reformas extensas, que podem tirar a sua paciência e causar sérios danos no seu orçamento.
Sendo assim, de cara, cheque se existem manchas de mofo nas paredes, chão ou teto, pois isso pode indicar a presença de vazamentos ou infiltrações. Vá testando também os chuveiros, torneiras e descargas, para checar se o fluxo de água é bom ou se está fraco. Se possível, tente dar uma olhada no estado da caixa d’água, sobretudo se for uma casa.
Conte com alguns gastos adicionais
Para comprar imóvel com pouco dinheiro, você precisa estar por dentro de todas as despesas. O financiamento, mesmo com a participação em um programa habitacional do governo federal, certamente será o maior, mas isso não quer dizer que você não terá outros gastos e, principalmente, que não deve colocá-los na ponta do lápis antes de tomar qualquer decisão.
Existem as despesas tradicionais, referentes à escritura e documentação, além de pagar os papéis do banco. No caso dos usados, há o famoso Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cuja taxa varia de acordo com a cidade e o estado. Não se esqueça que ainda há o preço da mudança e eventuais pequenos reparos que qualquer propriedade precisa.
Confira a documentação do imóvel
Como dissemos no início do conteúdo, o Brasil tem muitos imóveis com questões de regularização e com a documentação problemática. Por isso mesmo, esse é um aspecto que merece ser avaliado quando você for comprar, de maneira a evitar dores de cabeça no futuro. Comece, por exemplo, pedindo a Certidão negativa de IPTU.
Você também precisa solicitar a Certidão negativa de ônus reais, que comprova que a propriedade está livre de dívidas, bem como analisar a escritura e o registro, até para saber que é o dono efetivo do local. Para agilizar o processo, no caso de um financiamento, você também deve separar os seus documentos e suas próprias certidões negativas.
Ao seguir todas essas dicas, você não apenas consegue comprar imóvel com pouco dinheiro, como também ganha informações importantes para investir em uma vida financeira mais organizada e que apresente uma projeção favorável, especialmente a longo prazo.
Gostou de aprender como comprar imóvel com pouco dinheiro? Quer aumentar o seu aprendizado sobre o assunto? Então não deixe de conferir também o nosso Guia Completo do primeiro imóvel.